A Turquia vai ratificar a adesão da Finlândia à NATO, anunciou esta sexta-feira o Presidente da Turquia, o que permitirá acelerar a adesão do país à Aliança Atlântica. Mas e a Suécia, que pediu a adesão ao mesmo tempo na sequência da guerra na Ucrânia? É outra história.
O anúncio foi feito esta sexta-feira pelo Presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, depois de um encontro com o Presidente finlandês, Sauli Niinistö, em Ancara. O Presidente finlandês está na capital da Turquia para uma visita de estado.
No final da conferência de imprensa, o presidente da Finlândia, que se mostrou naturalmente feliz e agradeceu a Erdogan, fala numa decisão importante.
O Presidente turco diz que a Finlândia deu passos concretos para a adesão à NATO.
Já o secretário-geral da NATO saudou a decisão da Turquia e espera que a Suécia também tenha luz verde em breve.
A Turquia e a Hungria são os dois únicos membros da Aliança Atlântica que ainda não ratificaram a adesão de Estocolmo e de Helsínquia, que implica uma aprovação por unanimidade.
As negociações foram retomadas este mês. Em janeiro, a Turquia tinha posto fim às negociações tripartidas depois do anúncio de manifestações em fevereiro contra Ancara e contra o Islão, em Estocolmo.
Desde o ano passado que a Turquia mostrou reservas aos pedidos de adesão finlandês e sueco à NATO. Mas o cenário mudou: Erdogan já tinha dito que cumpriria a promessa feita em Helsínquia de responder favoravelmente ao pedido de adesão à Aliança Atlântica por parte da Finlândia.
Quanto à Suécia, a Turquia mantém reservas em relação à entrada na Aliança Atlântica, mas diz que continua as conversações com Estocolmo.
Na quarta-feira, a Finlândia veio dizer que a decisão já estava tomada e que seria anunciada esta sexta-feira durante a visita do chefe de Estado finlandês.
Impasse nas negociações com a Suécia
A Suécia e a Finlândia prescindiram da sua tradicional política de não-alinhamento militar e pediram a adesão à Aliança Atlântica na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.
O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, diz que o país está pronto para a ratificação, mas que respeitará a decisão turca.
A Turquia já disse que a Suécia precisa de medidas adicionais contra apoiantes de militantes curdos e membros da rede que Ancara responsabiliza pela tentativa de golpe de 2016. A Turquia trata ambos os grupos como organizações terroristas.
As negociações entre a Suécia e a Turquia tiveram poucos progressos, sobretudo por causa dos protestos de grupos pró-curdos nas ruas de Estocolmo.