O controlo do Senado dos Estados Unidos poderá ficar, de novo, dependente da segunda volta das eleições intercalares na Geórgia, que oporá o candidato Democrata Raphael Warnock contra o Republicano Herschel Walker.
Há dois anos, quando em simultâneo com as eleições presidenciais também se disputavam alguns lugares para o Senado, recaiu igualmente sobre o estado da Geórgia o controlo da câmara alta do Congresso, que acabou por ficar nas mãos dos Democratas, com um empate a 50 lugares e o desempate da vice-Presidente Kamala Harris.
Este ano, é possível que o equilíbrio de poder do Senado fique novamente nas eleições para um dos dois lugares na Geórgia, a menos que um dos partidos vença ambas as outras disputas pendentes para a câmara alta - no Arizona e no Nevada.
Esta situação acontece porque no estado da Geórgia as regras eleitorais (que não são as mesmas nos 50 estados norte-americanos) determinam que um candidato apenas pode ser eleito se obtiver mais de 50% dos votos. A existência de um terceiro candidato - o libertário Chase Oliver, que teve 2,1% dos votos nas eleições de terça-feira - impediu Walker ou Warnock de terem a metade mais um dos votos.
Nos resultados finais, os dois candidatos ficaram separados por menos de um ponto percentual, com Warnock um pouco à frente. Estes dois candidatos terão de ir a uma segunda volta, que está marcada para 6 de dezembro.
As regras para a segunda volta não diferem das que se aplicaram para as eleições da passada terça-feira, incluindo a possibilidade de deposição de voto antecipado, presencial ou por correspondência, que começa em 28 deste mês.
Esta será a segunda vez que Warnock disputa uma segunda volta, tendo já estado envolvido nessa situação em 5 de janeiro de 2021, tendo a sua vitória contribuído para o controlo do Senado por pelos democratas. Se, mais uma vez, a Geórgia vier a decidir o controlo do Senado, é expectável que os pesos-pesados dos dois partidos participem nessa campanha, tornando-as mediaticamente ainda mais relevantes.
Neste momento, os Republicanos têm fortes probabilidades de vencerem a maioria na câmara de representantes, tendo já garantidos 209 lugares dos 435, contra apenas 191 dos Democratas. No entanto, todos os cenários ainda estão em aberto.
A grande aposta dos Democratas é garantir que não perdem também o controlo do Senado, onde os republicanos já têm 49 lugares dos 100 garantidos, estando em aberto três lugares (um em cada estado por decidir, Arizona, Geórgia e Nevada).