A ministra do Interior britânica demitiu-se, adiantaram vários meios de comunicação social britânicos, na segunda saída do governo britânico no espaço de uma semana, agravando a crise de confiança na primeira-ministra, Liz Truss.
Braverman explicou que enviou a um deputado um documento oficial do seu endereço pessoal, aceitando que esta foi “uma violação técnica das regras”.
O documento, acrescentou, era um rascunho de uma declaração escrita sobre política migratória, cujo conteúdo já era conhecido.
Braverman disse que foi ela que deu conta do erro, vincando que a demissão foi voluntária.
Porém, não deixou de lançar farpas a Liz Truss pelos "tempos conturbados” e pela mudança de estratégia económica.
“Estou preocupada com a direção deste governo. Não só rompemos com promessas chave feitas aos nossos eleitores, mas também tenho graves preocupações sobre o compromisso deste Governo (…) como a redução dos números gerais da imigração”, acusou.
Grant Shapps deverá ficar com a pasta do Interior. Shapps foi o antigo ministro dos transportes no Governo de Boris Johnson.
A notícia foi conhecida após a primeira-ministra ter cancelado uma visita a uma fábrica e declarações aos jornalistas.
Braverman foi nomeada para o cargo há 43 dias pela nova primeira-ministra Liz Truss.
Na sexta-feira, Kwasi Kwarteng disse ter acedido ao pedido de Truss para se demitir, sendo substituído imediatamente por Jeremy Hunt.
A entrada de Hunt, visto como um político centrista, iniciou rumores de uma possível remodelação governamental para substituir algumas figuras da ala direita do Partido Conservador por deputados mais moderados.
Em declarações à BBC no domingo, o antigo ministro da saúde Matt Hancock aconselhou Liz Truss a uma remodelação para abrir o governo à diversidade existente no partido e restaurar a confiança das instituições financeiras.
“Ela tomou a decisão, que era respeitável, mas de alto risco, de colocar apenas as pessoas no Governo que votaram nela, e isso significa que é apenas um terço do Partido Conservador no Parlamento”, justificou.
Em julho, a demissão de 60 membros do governo resultou na queda de Boris Johnson, cuja saída da liderança dos tories abriu caminho para uma eleição interna que Liz Truss ganhou após uma volta final contra o antigo ministro das Finanças Rishi Sunak.