A visita de Nancy Pelosi a Taiwan é a primeira de um alto representante dos Estados Unidos em mais de duas décadas. Aconteceu apesar das ameaças da China e do desconforto manifestado pela Casa Branca. Mas este não é o primeiro choque que a atual presidente da Câmara dos Representantes tem com a China.
Em 1991, dois anos depois do massacre da praça Tiananmen, Nancy Pelosi – então recém-eleita congressista – aceitou um convite oficial das autoridades chinesas para visitar Pequim. A visita da comitiva não incluía uma ida à praça e muito menos esta homenagem aos manifestantes mortos durante manifestações pacíficas.
Nas últimas três décadas, Nancy Pelosi manteve uma atitude crítica em relação ao regime chinês. Tornou-se uma das vozes mais ativas no apoio a dissidentes políticos chineses, criticando abertamente a posição da China em relação ao Tibete e à minoria muçulmana, que a democrata diz estar a ser vítima de genocídio. Defendeu o boicote aos Jogos Olímpicos organizados pela China e, nos últimos anos, tem criticado a repressão política em Hong Kong.
Mais de 30 anos depois do incidente diplomático em Pequim, Nancy Pelosi volta a desafiar o poder da China e a cimentar o legado político da primeira mulher a ocupar a presidência da Câmara dos Representantes dos Estado Unidos.