A embaixada de Portugal na Guiné-Bissau fechou esta quarta-feira o atendimento ao público, aconselhando os portugueses com atos consulares agendados para esperarem pelos próximos dias, e encaminhando os casos urgentes para a chancelaria.
“A Embaixada de Portugal informa que o atendimento ao público da Secção Consular se encontra encerrado durante o dia de hoje (02/02/2022)”, lê-se no site da embaixada, que acrescenta que os casos urgentes “deverão dirigir-se à Chancelaria desta Missão Diplomática”.
Os restantes utentes “com atos consulares agendados para os dias 1 e 2 de fevereiro, deverão dirigir-se à Secção Consular nos próximos dias, fazendo-se acompanhar do seu comprovativo de agendamento”, conclui a nota, que não apresenta uma razão para o fecho.
Tentativa de golpe de Estado condenada por várias entidades e países
Vários tiros foram ouvidos na terça-feira perto da hora de almoço junto ao Palácio do Governo da Guiné-Bissau onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.
Entretanto, segundo fonte governamental, militares entraram cerca das 17:20 no palácio do Governo e ordenaram a saída dos governantes que estavam no edifício.
A tentativa de golpe de Estado já foi condenada pela União Africana, pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), através da presidência angolana, pela CEDEAO, pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, por Portugal, São Tomé e Príncipe, Angola ou Espanha, entre outros países.
Em declarações aos jornalistas, no Palácio da Presidência, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló afirmou ter-se tratado de um “ato bem preparado e organizado e que poderá também estar relacionado com gente relacionada com o tráfico de droga”.
O ataque provou pelo menos seis mortos e quatro feridos, segundo fontes militares e médicas.
Fontes militares também confirmaram à Lusa que várias pessoas foram detidas.
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