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Moscovo pede a Londres que investigue "ações perigosas" de navio de guerra no mar Negro

Ministério da Defesa russo diz que Marinha da Rússia destacada no mar Negro disparou tiros de advertência contra um contratorpedeiro britânico, que terá entrado em águas territoriais russas.

Stringer .

Lusa

A Rússia anunciou que vai convocar o embaixador britânico em Moscovo e exigiu que Londres investigue as "ações perigosas" de um seu contratorpedeiro no mar Negro, segundo comunicados dos ministérios da Defesa e dos Negócios Estrangeiros russos.

Antes, também num comunicado, o Ministério da Defesa russo afirmou que a Marinha da Rússia destacada no mar Negro disparou esta quarta-feira tiros de advertência contra um contratorpedeiro britânico, que terá entrado em águas territoriais russas a sul da península ucraniana da Crimeia.

"O contratorpedeiro foi avisado com antecedência sobre o possível uso de armas em caso de violação da fronteira estatal da Rússia. Não reagiu ao aviso", alegou o Ministério da Defesa russo, citado pela agência Interfax, revelando que um avião Su-24 e um "navio de patrulha fronteiriça" dispararam "tiros de advertência".

Após os disparos, o navio de guerra britânico deixou a área e o incidente não teve mais desenvolvimentos, incidente que foi já negado por Londres, e que, para o Ministério da Defesa russo, é "uma flagrante violação da convenção das Nações Unidas".

Nesse sentido, pediu a Londres que "conduza uma investigação completa" às "ações perigosas" da tripulação do contratorpedeiro britânico.

"O embaixador britânico será convocado para o Ministério das Relações Exteriores da Rússia", anuncia um comunicado da diplomacia russa.

Londres rejeita alegações das forças russas

Em Londres, também num comunicado, o Ministério da Defesa britânico rejeitou as alegações das forças russas e, na rede social Twitter, o Governo britânico também as negou, afirmando que "nenhum tiro de aviso foi disparado contra o 'HMS Defender'".

"O navio da Marinha Real [britânica] está a realizar uma passagem inocente por águas territoriais ucranianas, de acordo com o direito internacional. Acreditamos que os russos estavam a realizar um exercício de artilharia no mar Negro e avisaram a comunidade marítima com antecedência sobre a sua atividade", explicou.

"Nenhum tiro foi dirigido ao 'HMS Defender' e não reconhecemos a alegação de que bombas foram lançadas em seu caminho", vincou o Ministério da Defesa britânico.

HMS Defender

O "HMS Defender" - um contratorpedeiro Tipo 45 - faz parte do UK Carrier Strike Group, uma esquadra liderada pelo porta-aviões "HMS Queen Elizabeth" e composta por quatro contratorpedeiros, duas fragatas e um submarino atualmente a caminho da região do Indo-Pacífico.

No entanto, no início deste mês separou-se temporariamente para realizar seu "próprio conjunto de missões" no mar Negro, após ter participado num exercício da NATO no mar Mediterrâneo.

O incidente relatado por Moscovo ocorreu perto do cabo Fiolent, a sul da península ucraniana da Crimeia, território anexado pela Rússia em 2014, numa ação fortemente condenada pelo Ocidente.

A 14 deste mês, Moscovo anunciou que a Marinha russa tinha iniciado a monitorização dos movimentos do contratorpedeiro britânico 'HMS Defender' e da fragata 'Everton', da Armada holandesa, após a respetiva entrada nas águas do mar Negro.

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