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Bombardeamentos em Gaza. Edifício da agência AP e Al Jazeera colapsa após ser atingido

O bombardeamento destruiu completamente o edifício de 12 andares, deixando uma gigantesca nuvem de pó no ar.

MOHAMMED SALEM

SIC Notícias

Lusa

As forças armadas israelitas destruíram hoje um edifício que albergava os escritórios da agência de notícias Associated Press e outras organizações jornalísticas em Gaza, num ataque à capacidade dos meios de comunicação reportarem o que se passa no território.

O ataque, cujas razões continuam por explicar, aconteceu uma hora depois de os militares terem avisado o proprietário que iam atacar o edifício, ordenando a sua evacuação.

O bombardeamento destruiu completamente o edifício de 12 andares, deixando uma gigantesca nuvem de pó no ar.

Além da AP, o edifício acolhia delegações da televisão árabe Al Jazeera e outros meios de comunicação social.

Minutos antes do bombardeamento, todo o edifício foi evacuado, como conta a jornalista da Al Jazeera, Heba Akila.

Morreram 140 pessoas em Gaza desde o início dos confrontos

Pelo menos 140 palestinianos, incluindo 40 crianças, morreram na Faixa de Gaza na atual escalada de violência com Israel, que começou na passada segunda-feira, de acordo com o Ministério da Saúde do território.

Segundo a agência Efe, cerca de mil pessoas ficaram feridas desde que as milícias palestinianas começaram o lançamento de rockets para Israel, que respondeu com grandes ataques contra o enclave sob bloqueio.

Dos dois lados, as autoridades contabilizaram 149 mortos, dos quais 140 em território palestiniano e nove em Israel, entre os quais um adolescente e uma criança.

No total, desde o início dos confrontos, foram disparados cerca de 2.300 rockets por parte das milícias da Faixa de Gaza, lideradas pelo Hamas, de acordo com o exército israelita.

De todos os lançamentos, 380 foram falhados e caíram dentro da Faixa de Gaza, enclave costeiro palestiniano, e cerca de mil foram intercetados pelo sistema antimísseis israelita, conhecido como "Cúpula de Ferro".

Arábia Saudita convoca chefes de diplomacias de países muçulmanos

A Arábia Saudita convocou os chefes da diplomacia da maior organização de países muçulmanos para uma reunião no domingo em que discutirão os confrontos entre israelitas e palestinianos e a repressão policial a manifestantes muçulmanos em Jerusalém.

O reino pretende juntar virtualmente os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 57 países da Organização para a Cooperação Islâmica para "discutir a agressão israelita em território palestiniano", especialmente atos de violência sobre manifestantes junto à mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, um dos locais mais sagrados do Islão.

Entre os países convocados estão o Irão, a Turquia, a Indonésia e outras nações com populações maioritariamente muçulmanas.

A mesquita de Al-Aqsa é um assunto sensível para os muçulmanos. Foi um ataque ao templo conduzido por extremistas judeus em 1970 que levou à constituição da organização.

O monte em que foi construída também é um local sagrado para os judeus, que o adoram como Monte do Templo.

Entre alguns judeus e cristãos evangélicos defende-se a construção de um novo templo judaico no local, o que os muçulmanos receiam que leve à divisão ou demolição da sua mesquita.

Na Cisjordânia ocupada por Israel, os palestinianos têm-se manifestado para assinalar o aniversário da deslocação de centenas de milhares de refugiados do território que é hoje o Estado de Israel em 1948.

O chamado "Dia da Nakba" ("catástrofe", em árabe) verifica-se num clima de violência generalizada entre judeus e muçulmanos e violentos combates entre as forças armadas israelitas e o grupo militante Hamas, que governa a Faixa de Gaza.

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