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Junta militar em Myanmar alarga lei marcial a mais quatro distritos de Rangum

Mais de 125 pessoas morreram durante a repressão das manifestações contra o golpe de Estado militar de 1 de fevereiro.

STRINGER

Lusa

Os militares no poder em Myanmar (antiga Birmânia) alargaram hoje a lei marcial a mais quatro distritos de Rangum. Dezenas de manifestantes morrerem num ataque das forças de segurança no fim de semana e pelo menos 125 morreram durante as manifestações desde 1 de fevereiro.

Num anúncio transmitido na emissora pública MRTV, controlada pela junta militar desde o golpe de 1 de fevereiro, as autoridades impuseram a lei marcial para os distritos de Dangon Norte, Dagon Sul, Dagon Seikkan e Okkalapa Norte, áreas industriais e densamente povoadas.

A decisão surgiu depois de a mesma medida ter sido imposta, no domingo à noite, no distrito de Hlaing Than Yar, a noroeste de Rangum, onde no domingo 22 civis foram mortos e 20 ficaram feridos, três deles em estado crítico, na sequência da repressão brutal pela polícia e soldados, e em Shwepyitha.

Mais de 125 pessoas morreram em manifestações contra o golpe de Estado militar

Mais de 125 pessoas morreram durante a repressão das manifestações contra o golpe de Estado militar de 1 de fevereiro em Myanma, indicou a organização não-governamental Associação de Assistência aos Presos Políticos (AAPP).

Só no domingo morreram pelo menos 38 pessoas, a maioria em Rangum, onde as forças de segurança dispararam munições reais contra manifestantes em pelo menos nove bairros da cidade, a mais populosa do país e antiga capital.

Em outras cidades do país, como Bago, Mandalay e Hpakant, também foram registadas mortes no domingo devido aos tiros disparados pelas forças de segurança.

A AAPP disse que desde a revolta militar foram detidas mais de 2.150 pessoas, 319 das quais já foram libertadas.

A junta militar deteve a maioria do Governo eleito, incluindo a líder, Aung San Suu Kyi, e o Presidente, Win Myint, na manhã do golpe, além de cancelar a posse da legislatura marcada para o mesmo dia.

Os militares justificaram o golpe com uma alegada fraude eleitoral nas eleições de novembro passado, que o partido da líder deposta Aung San Suu Kyi venceu por grande margem e observadores internacionais consideraram legítimas.

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