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EUA oferecem asilo temporário a birmaneses 

Na noite de sexta-feira pelo menos duas pessoas morreram nos protesto no Myanmar.

Stringer .

SIC Notícias

Lusa

Os Estados Unidos vão oferecer asilo temporário a cidadãos de Myanmar (antiga Birmânia) que já se encontrem no país, anunciou o secretário norte-americano para a Segurança Interna.

"Devido ao golpe de Estado e à violência das forças de segurança contra civis, o povo birmanês enfrenta uma crise humanitária complexa e cada vez pior em muitas partes do país", disse em comunicado o secretário Alejandro Mayorkas. "Designei Myanmar (como beneficiário) do estatuto de asilo temporário para que os birmaneses e os residentes habituais deste país possam permanecer temporariamente nos Estados Unidos", acrescentou.

O golpe militar, no dia 1 de fevereiro, travou a investidura do Parlamento, na sequência da vitória do partido de Aung Sang Suu Kyi nas eleições de novembro de 2020. Os militares tomaram o poder alegando irregularidades durante o processo eleitoral do ano passado, apesar de os observadores internacionais terem considerado a votação legítima.

Desde então, milhares de pessoas têm-se manifestado contra o golpe militar, sobretudo na capital económica, Rangum, e em Mandalay, a segunda maior cidade do país. Cerca de 80 pessoas já morreram nos protestos e mais de 1700 foram detidas.

Só na noite de sexta-feira para sábado pelo menos duas pessoas morreram nos protestos. A multidão estava concentrada à frente de uma esquadra a pedir a libertação dos manifestantes detidos durante o dia. Segundo a imprensa local, terá sido nesse momento que a polícia disparou.

Nas últimas semanas, os generais birmaneses têm intensificado o recurso à força contra a mobilização a favor do regresso do Governo civil, com milhares de pessoas a descerem às ruas em manifestações diárias.

O Kremlin expressou hoje preocupação com o crescente número de vítimas civis em Myanmar, marcando um endurecimento da postura russa, dois dias depois de o Conselho de Segurança da ONU ter condenado "veementemente" a violência contra os manifestantes, e de a China ter criticado a junta militar no poder.

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