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Pelo menos quatro casos de peste negra detetados em região da China e na Mongólia

OMS diz estar atenta e lembra que a doença ocorre regularmente e tem tratamento.

As autoridades da Mongólia Interior tomam medidas para diminuir a população de roedores ou pulgas que podem transmitir doenças.

SIC Notícias

As autoridades da região chinesa da Mongólia Interior fecharam vários pontos turísticos depois de ter sido diagnosticado um caso de peste negra esta semana e depois confirmado. Na vizinha Mongólia também há registo de três casos. No entanto, a OMS sublinha que a doença ocorre regularmente e tem tratamento.

O primeiro caso foi detetado em Bayannur, a noroeste de Pequim, e agora cinco locais em redor estão interditos e os visitantes "estritamente proibidos de entrar na área afetada e visitar a região circundante", de acordo com a agência estatal Xinhua.

As autoridades da Mongólia Interior também estão a proibir visitantes de outros locais de turismo da natureza de alimentar ou tocar em animais selvagens e a tomar medidas para diminuir a população de roedores ou pulgas que podem transmitir doenças.

As autoridades de saúde alertaram ainda a população para relatar descobertas de marmotas mortas ou doentes e pra não as caçar, esfolar ou comer.

As marmotas são um tipo de grande esquilo terrestre que é consumido em algumas partes da China e no país vizinho Mongólia, e que historicamente causam surtos de peste na região.

Primeiro caso de peste negra na Mongólia Interior


O hospital em Bayannur alertou pela primeira vez as autoridades sobre um caso suspeito de peste negra ou bubónica no sábado.

No domingo a cidade foi colocada em alerta de nível 3 para prevenção de pragas, a segunda mais baixa de um sistema de quatro níveis.

Os médicos diagnosticaram oficialmente o caso como peste negra na terça-feira. O doente, um pastor, está isolado no hospital e está em condição estável.

Outros casos detetados na Mongólia

Na região mongol Khovd, dois irmãos foram hospitalizados na semana passada com a doença, após terem comido carne de marmota.

Cerca de 150 pessoas com quem os irmãos estiveram em contacto já form colocadas em quarentena.

Um terceiro caso suspeito foi assinalado esta segunda-feira, um jovem de 15 anos.

Rússia toma medidas na fronteira com a Mongólia contra a peste negra

Na quarta-feira, 8 de julho, as autoridades da República da Buriácia, parte integrante da Federação Russa e que faz fronteira com a Mongólia, redobraram as medidas sanitárias após os casos de peste bubónica detetados no país vizinho.

"Um plano com medidas profiláticas e antiepidémicas foi lançado para impedir a chegada do estrangeiro e a propagação da peste", anunciou o Comité de Defesa do Consumidor da República da Federação da Rússia num comunicado.

As autoridades estão a controlar aleatoriamente a população de roedores para detetar a bactéria yernisia pestis, que causa a doença.

Segundo a Defesa do Consumidor, as medidas preventivas adotadas na Buriácia devem-se à sua proximidade com a Mongólia, onde há focos naturais de peste e onde foram registados pelo menos três casos.

As autoridades da Buriácia disseram que o risco de a praga entrar em território russo a partir da Mongólia ou da China é "mínimo", devido ao encerramento das fronteiras e outras medidas de saúde tomadas no país para combater a pandemia de covid-19.

OMS desvaloriza surto de peste negra na China

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou na terça-feira que está a vigiar de perto os casos de peste bubónica detetados na China e na Mongólia, enfatizando que a situação não representa uma grande ameaça e está "bem administrada".

"No momento, não consideramos que seja de risco elevado, mas estamos a vigiar de perto" a situação em parceria com as autoridades chinesas e mongóis, disse a porta-voz da OMS, Margaret Harris, numa conferência de imprensa em Genebra.

Em nota enviada aos media, a OMS informou que foi informada pela China "em 06 de julho de um caso de peste bubónica na Mongólia Interior".

A OMS enfatiza que a peste é "rara" e que geralmente é encontrada em certas áreas geográficas do globo onde ainda é endémica.

"A peste bubónica esteve e está connosco há séculos", disse Margaret Harris.

Na China, casos esporádicos de peste foram relatados na última década, segundo a OMS, que revela ter havido 3248 casos em todo o mundo entre 2010 e 2015.

A pandemia mais devastadora da história da humanidade

A peste negra ou bubónica foi a pandemia mais devastadora registada na história da humanidade, matou entre 75 a 200 milhões de pessoas, cerca de metade da população europeia do século XIV.

Estudos recentes avançaram que a doença era transmitida por pulgas de ratos, infetadas com a bactéria Yersinia pestis, que morderiam as pessoas e assim a doença se espalhava.

Os sintomas da peste bubónica geralmente aparecem após um período de um a sete dias e, sem tratamento com antibióticos, a doença apresenta uma taxa de letalidade entre 30% e 60%.

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