A justiça brasileira determinou o arresto de bens de um acusado do homicídio da ativista Marielle Franco e do seu motorista, em 2018, e quebrou ainda o sigilo fiscal e bancário dos dois ex-polícias suspeitos do crime.
As decisões da justiça pretendem ajudar os investigadores a descobrirem os possíveis mandantes do crime.
A vara especializada no combate ao crime organizado determinou ainda a quebra dos sigilos de outras cinco pessoas suspeitas de atuar como fantasmas dos dois homens, que são também suspeitos de integrarem uma milícia.
O património bloqueado de Ronnie Lessa, que incluiu um imóvel, terrenos, uma lancha e um automóvel, foi avaliado em cerca de 3,5 milhões de reais (690 mil euros), de acordo com um levantamento feito pelo portal e notícias brasileiro UOL com base em valores atualizados do mercado imobiliário.
A polícia acredita que o património de Lessa é incompatível com o rendimento de um agente policial reformado - o homem estava reformado desde 2009 após ter perdido uma perna devido a um atentado com um explosivo no seu carro.
A vereadora, negra, homossexual e de uma favela, destacou-se pelo seu trabalho como defensora dos direitos humanos, e pelas suas denúncias contra a violência policial no Rio de Janeiro.
As investigações à sua morte continuam a decorrer desde a data do crime, tendo sido para já detidos os dois alegados autores materiais, mas falta ainda determinar quem foi o autor moral.