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As linhas que separam Jeremy Corbyn e Boris Johnson

Brexit é a principal diferença entre os candidatos, mas há outras.

Luísa Correia

As eleições gerais foram antecipadas porque Boris Johnson não conseguiu cumprir a promessa de concretizar o Brexit a 31 de outubro. Por isso, a saída do Reino Unido da União Europeia é o tema central destas eleições e a primeira grande diferença entre Jeremy Corbyn e o atual primeiro-ministro.

Os trabalhistas querem voltar atrás e negociar com Bruxelas um novo acordo em três meses e, ao fim de seis, submetê-lo a um novo referendo, em que uma das hipóteses poderá ser a permanência na União Europeia.

Já Boris Johnson diz ter um acordo "pronto a pôr no forno". Se vencer com maioria absoluta leva as condições já negociadas com Bruxelas a votação no parlamento, ainda antes do Natal. A promessa é de um Brexit finalizado até 31 de janeiro e as negociações sobre o acordo comercial terminadas em 2020.

Além do Brexit, a saúde é uma aposta dos dois candidatos. Tornou-se um tema polémico na campanha, com Boris Johnson debaixo de fogo.

No manifesto eleitoral anunciou a melhoria de hospitais, escolas e infraestruturas e a contratação de mais polícias, mas no que toca ao investimento público, por cada libra que os conservadores prometem gastar, os trabalhistas garantem 28.

Corbyn quer uma reforma total do sistema nacional de saúde, um aumento do orçamento para a saúde de 4,3% por ano e uma diminuição da participação dos privados no SNS.

Do lado de Johnson, há a promessa da contratação de mais 50 mil enfermeiros, incentivos para a retenção de 19 mil profissionais e o recrutamento de 12 mil enfermeiros no estrangeiro, que terão uma taxa reduzida para obter um visto de trabalho. Dos conservadores vem também a acusação de que os números dos trabalhistas não fazem sentido.

Corbyn faz bandeira com o mais ambicioso plano de nacionalizações desde a 2.ª Guerra Mundial, enquanto Johnson promete o maior programa de sempre para tapar buracos nas estradas com 582 milhões de euros investidos por ano até 2024.

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