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Lava Jato investiga cartel e pagamento de surbornos de empresa italo-argentina no Brasil

Esta operação já levou à detenção de dezenas de empresários e políticos.

Amanda Perobelli

A polícia Federal do Brasil realiza esta quarta-feira uma nova fase da Lava Jato, maior operação anticorrupção da história do país, para investigar suspeitas de pagamento de subornos pelo grupo siderúrgico italo-argentino Techint, anunciaram fontes oficiais.

Na 67.ª fase da Lava Jato, uma operação que já levou à detenção de dezenas de empresários e políticos, como o ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva, agentes da Polícia Federal cumprem 23 mandados de busca nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

Em comunicado, o Ministério Público Federal (MPF) brasileiro referiu que a operação tem como objetivo "investigar executivos vinculados ao grupo Techint pela sua possível participação num cartel de empreiteiras que pagou subornos a funcionários de alto escalão de três diferentes diretorias da Petrobras".

Também são investigados por corrupção e branqueamento de capitais ex-funcionários da Petrobras e seus intermediários, incluindo duas empresas de consultoria.

Segundo as autoridades brasileiras, foram identificados elementos de atuação cartelizada a favor do Grupo Techint nos contratos que a mesma manteve em consórcio com a construtora Andrade Gutierrez para realizar obras na Refinaria Landulpho Alves, no estado da Baía.

Também há suspeita de que o grupo italo-argentino tenha atuado em cartel em duas obras que realizou em parceira com a Odebrecht no Rio de Janeiro.

Entre outras empresas, a Techint tem o controlo no Brasil da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), uma fábrica moderna no estado do Rio de Janeiro com capacidade para produzir cinco milhões de toneladas de chapas de aço por ano, e compartilha com a japonesa Nippon Steel o controlo da Usiminas, uma das maiores siderúrgicas do país.

A Techint também é investigada no país pelo suposto pagamento de suborno à Eletronuclear, uma fábrica de energia nuclear estatal.

Neste caso existe a suspeita do pagamento de suborno para obter um contrato de construção de uma unidade nuclear no país.

Lusa

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