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UE acompanha no terreno situação no Sudão e pede transição política pacífica

Presidente Omar al-Bashir foi destituído e detido pelas Forças Armadas.

Stringer .

A Comissão Europeia disse esta quinta-feira estar a acompanhar no terreno a situação do Sudão, cujo Presidente, Omar al-Bashir, foi destituído e detido pelas Forças Armadas, pedindo uma "transição política pacífica" sem recorrer "a qualquer forma de violência".

"O que posso dizer é que, neste momento, tendo em conta os últimos acontecimentos, estamos a monitorizar de perto a situação no terreno e pedimos a ambas as partes que não recorram a qualquer forma de violência", salientou a porta-voz da Comissão Europeia para a política externa, Maja Kocijancic.

Questionada pelos jornalistas na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, em Bruxelas, a responsável recordou que a União Europeia (UE) "tem dito, constantemente, que deve haver uma transição política pacífica, credível, inclusiva e legítima, que tenha em consideração a população sudanesa e as necessárias reformas políticas e económicas".

"Estamos em contacto com os membros do Governo e com os partidos para acompanhar a situação. A nossa delegação no terreno vai continuar a fazer o seu trabalho", adiantou.

O anúncio da destituição e detenção de Omar al-Bashir foi feito hoje pelo ministro da Defesa sudanês, Awad Ahmed Benawf, através da televisão pública do país.

"Anuncio, enquanto ministro da Defesa, a queda do regime e a detenção num lugar seguro do seu líder", disse Awad Ahmed Benawf numa declaração na televisão pública sudanesa.

O ministro da Defesa, que surgiu em uniforme militar, anunciou ainda a realização de "eleições livres e justas" após um período de transição de dois anos durante o qual o país será governado por um conselho de transição militar.

O estado de emergência foi decretado nos próximos três meses e os militares suspenderam a Constituição e fecharam as fronteiras e o espaço aéreo.

O Governo e a Presidência foram dissolvidos e imposto um recolher obrigatório.

O anúncio do ministro da Defesa surge na sequência de um movimento de contestação popular contra o Presidente Omar al-Bashir, que chegou ao poder por via de um golpe de Estado há mais de três décadas.

Entretanto, os movimentos de contestação ao Presidente rejeitaram o que consideram ser um golpe de Estado militar e anunciaram que vão manter os protestos até à nomeação de um governo civil.

Lusa

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