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Presidente do Sudão detido por militares

Durante os próximos dois anos, o país deverá ser liderado por um conselho de transição militar.

O Presidente do Sudão, Omar al-Bashir, foi detido pelas Forças Armadas, anunciou esta quinta-feira o ministro sudanês da Defesa através da televisão pública do país, depois de meses de protestos.

"Anuncio, enquanto ministro da Defesa, a queda do regime e a detenção num lugar seguro do seu líder".

O ministro da Defesa, que surgiu em uniforme militar, anunciou ainda a realização de "eleições livres e justas" após um período de transição de dois anos durante o qual o país será governado por um conselho de transição militar.

O estado de emergência foi decretado nos próximos três meses e os militares suspenderam a Constituição e fecharam as fronteiras e o espaço aéreo.

O Governo e a Presidência foram dissolvidos e imposto um recolher obrigatório.

O anúncio do ministro da Defesa surge na sequência de um movimento de contestação popular contra o Presidente Omar al- Bashir, que chegou ao poder por via de um golpe de Estado há mais de três décadas.

Protestos que começaram em dezembro intensificaram-se nos últimos dias

Os protestos que têm juntado milhares de pessoas surgem depois do Governo ter triplicado o preço do pão num país afetado por uma grave crise económica.

Em resposta ao apelo da Aliança, o movimento que lidera a oposição ao Presidente, milhares de sudaneses têm saído às ruas da capital, Cartum, gritando palavras de ordem como "um exército, um povo".

Nos protestos mais expressivos das últimas três décadas, as mulheres assumiram o protagonismo. O movimento de revolta está a ser liderado por uma jovem ativista de 22 anos.

Militares protegem manifestantes

Vários soldados sudaneses foram vistos na segunda-feira a protegerem manifestantes, de acordo com imagens da agência Reuters. Os militares bloquearam as ruas de acesso ao quartel-general, onde milhares de pessoas pediam a demissão do Presidente.

De acordo com testemunhas, os soldados disparam para o ar com o objetivo de dissuadirem a polícia de dispersar os manifestantes à força.

Com Lusa

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