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Independentistas catalães detidos provisoriamente interrompem greve de fome

Quatro detidos interromperam hoje o protesto, depois do ex-presidentes do Governo catalão e do ex-presidentes do Parlamento regional terem pedido o fim da greve.

Eric Gaillard/ Reuters

Quatro presos independentistas catalães interromperamesta quinta-feira a greve de fome que iniciaram há quase três semanas para reclamar o que consideram ser um tratamento injusto pelo sistema de justiça espanhol.

Uma porta-voz dos reclusos anunciou esta quinta-feira em Barcelona esta decisão, depois de na quarta-feira cinco ex-presidentes do Governo catalão e quatro ex-presidentes do parlamento regional terem pedido o fim da ação de protesto num comunicado conjunto para "salvaguardar o seu direito à vida e à saúde".

Protesto contra o sistema de justiça

Jordi Sànchez e Jordi Turull iniciaram a greve de fome em 01 de dezembro e Josep Rull e Joaquim Forn três dias depois para protestarem contra o que consideram ser um tratamento injusto pelo sistema de justiça espanhol.

Há 18 líderes independentistas catalães que deverão ser julgados a partir de finais de janeiro ou inícios de fevereiro próximo pelo alegado delito de rebelião, sedição, peculato e desobediência na liderança da tentativa de independência daquela região espanhola em 2017.

Nove dos acusados, entre eles os quatro que interromperam a greve de fome, que são membros do núcleo duro de pessoas que planeou a tentativa de independência, estão detidos provisoriamente acusados de rebelião, tendo o Ministério Público pedido penas pesadas que podem ir até 25 anos de prisão.

Os partidos e movimentos separatistas consideram que os acusados são "prisioneiros políticos" e criticam através de todos os meios a sua detenção cautelar há mais de um ano.

Não vão estar presentes no julgamento outros sete outros separatistas, entre eles o ex-presidente do Governo catalão Carles Puigdemont, que fugiram de Espanha, país que não julga pessoas à revelia.

O processo de independência da Catalunha foi interrompido em 27 de outubro de 2017, quando o Governo central espanhol decidiu intervir nessa Comunidade Autónoma na sequência da realização de um referendo de autodeterminação organizado pelo executivo regional independentista em 01 de outubro do mesmo ano que foi considerado ilegal.

As eleições regionais, que se realizaram a 21 de dezembro de 2017, voltaram a ser ganhas pelos partidos separatistas.

LUSA

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