O jornalista, crítico do regime de Riade e colunista do jornal Washington Post, desapareceu a 02 de outubro depois de ter entrado no consulado saudita em Istambul, na Turquia, para recolher documentos de que precisava para o seu casamento com uma cidadã turca.
"Tendo em conta a gravidade da situação que envolve o desaparecimento do senhor Khashoggi, entendo que a inviolabilidade ou imunidade de locais e funcionários abrangidos por tratados como a Convenção de Viena de 1963 sobre as relações consulares deveria ser levantada imediatamente", disse Michele Bachelet em comunicado.
Michelle Bachelet apelou ainda aos governos da Arábia Saudita e da Turquia que "revelem tudo o que sabem" sobre o desaparecimento do jornalista e que "assegurem que não há mais obstáculos a uma investigação rápida, profunda, efetiva e transparente" para resolver o que pode ser uma "possível execução extrajudicial".
Na sequência do desaparecimento, relatos na imprensa turca e norte-americana, citando responsáveis turcos, deram conta de que o jornalista terá sido assassinado por agentes sauditas dentro do consulado, o seu corpo esquartejado e retirado do local em malas.
As autoridades turcas, em conjunto com autoridades sauditas, realizaram buscas no consulado saudita em Istambul, duas semanas após o desaparecimento.
Fontes diplomáticas, citadas hoje pela agência France-Presse, adiantam que, além do consulado, a polícia turca irá fazer buscas na residência do cônsul saudita em Istambul.
A Arábia Saudita, que inicialmente negou as acusações, estará alegadamente, pronta para assumir que o jornalista morreu no consulado durante um interrogatório que correu mal, segundo a televisão norte-americana CNN.
O Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, disse estar a trabalhar com a Arábia Saudita e a Turquia para descobrir o que aconteceu e enviou a Riade o secretário de Estado, Mike Pompeo, que hoje se encontrou com o rei Salman.