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234 migrantes Lifeline continuam à deriva, agora sob mau tempo

Enquanto o navio dinamarquês Alexander Maersk, com 108 migrantes a bordo foi autorizado a desembarcar na Sicília esta madrugada, a situação dos 234 migrantes a bordo do navio da organização não-governamental alemã Lifeline está a piorar devido ao mau tempo que se está a fazer sentir nas últimas horas no Mediterrâneo.
Hermine Poschmann

Segundo Axel Steier, fundador da organização Lifeline, os cooperantes que se encontram a bordo do navio informaram que a situação meteorológica na zona onde se encontra piorou, deteriorando-se a situação dos doentes e das crianças.


Axel Steier disse que uma das quatro crianças que se encontram na embarcação, viaja sem familiares.


"É uma situação que parte o coração", disse Axel Steier.


O fundador da organização não-governamental alemã acrescentou que durante a noite de segunda-feira foi necessário proceder-se à retirada de emergência de um dos migrantes que precisava de cuidados médicos.


O navio, com pavilhão holandês, pediu às autoridades de Malta o envio de um helicóptero, mas "depois de muito tempo foi enviada uma embarcação" que fez a transbordo do passageiro.


Devido ao mau tempo os 234 migrantes estão expostos ao frio sendo que têm a roupa e os cobertores molhados pela chuva, frisou Axel Steier.


A maior parte dos 234 migrantes que foram resgatados pela embarcação na passada quarta-feira encontram-se no convés porque o interior do navio só tem espaço para 50 pessoas.


A organização alerta também que começam a faltar alimentos e que o combustível está a chegar ao fim.


"Os líderes europeus não podem imaginar o que se está a passar. Deveriam embarcar para ver isto", disse Axel Steier considerando que se trata de uma vergonha o que diz ser "abandono por parte da Europa".


O responsável pela organização Lifeline disse também que depois de a Itália e Malta terem recusado o desembarque pediu ajuda a França e a Espanha, mas não obteve resposta.

Entretanto, o navio dinamarquês Alexander Maersk com 108 migrantes a bordo foi autorizado a desembarcar na Sicília.

A embarcação com pavilhão da Dinamarca encontrava-se à deriva ao largo da Líbia.

Com Lusa

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