Numa nota enviada à agência France-Presse, o advogado de Salah Abdeslam confirmou que o jihadista não vai recorrer da sentença, corroborando assim uma notícia avançada hoje pelo diário belga La Dernière Heure.
"É a sua escolha, tenho de respeitá-la", disse Sven Mary ao quotidiano belga.Salah Abdeslam, único sobrevivente do grupo responsável pelos atentados de novembro de 2015 em Paris, e o seu cúmplice tunisino Sofiane Ayari foram condenados, em 23 de abril, a 20 anos de prisão pela participação num tiroteio com a polícia belga.
O tribunal correcional de Bruxelas considerou os dois jihadistas culpados de tentativa de assassínio de cariz terrorista pela participação num tiroteio com a polícia belga, em 15 de março de 2016, no bairro de Forest, em Bruxelas. Três polícias ficaram feridos na troca de tiros.
"A sua fixação no radicalismo não deixa margem para dúvida", considerou o tribunal.Em 15 de março de 2016, durante uma rotineira operação de busca num dos apartamentos utilizados pela célula terrorista em Bruxelas, na comuna de Forest, um jihadista argelino, Mohamed Belkaid, foi abatido, tendo, no entanto, dado cobertura à fuga de Abdeslam - cujas impressões digitais foram descobertas na casa - e do tunisino Ayari.Três polícias ficaram feridos durante a troca de tiros que permitiu que Abdeslam fugisse.
Os dois jihadistas foram detidos três dias mais tarde, em Molenbeek, pondo fim a uma longa "caça ao homem", já que Abdeslam era o suspeito mais procurado em solo europeu desde os atentados de 13 de novembro de 2015, que causaram 130 mortos.
Abdeslam é suspeito de ter desempenhado um papel fundamental nos preparativos dos ataques mais mortíferos alguma vez cometidos em França, ao alugar os carros utilizados nos atentados, os apartamentos utilizados pelos elementos da célula terrorista, e ao transportar membros desta através da Europa.
Na noite de 13 de novembro também transportava um cinto de explosivos, desconhecendo-se ainda se não se fez explodir por problema técnico ou por ter mudado de ideias, mas esse julgamento terá lugar em França.
Lusa