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Vítimas da ETA criticam etarras e Governo espanhol após dissolução da organização

A associação que representa as forças de segurança que foram vítimas do terrorismo criticou esta quinta-feira a organização separatista basca por não ter assumido a "responsabilidade única" pelos atentados que fizeram mais de 800 vítimas mortais.

Vincent West

"Não se desmantelou, simplesmente dá por feito o que aconteceu; não o fazem como gesto de boa vontade, mas sim porque a ETA está derrotada policial, judicial e socialmente", reagiu o porta-voz da associação, Javier López, em declarações à Efe.

Também a Associação de Vítimas do Terrorismo reagiu à dissolução da ETA, hoje oficializada, criticando o Governo por permitir que o grupo "leve a sua avante" e não apareça como um grupo totalmente derrotado pelo Estado de direito.

Em declarações à Efe, o presidente da AVT, Alfonso Sánchez, classificou de "inaudito" o comunicado hoje divulgado pelos históricos etarras Josu Urrutikoetxea, Josu Ternera e Marisol Iparraguirre.

A organização separatista basca ETA oficializou hoje a sua dissolução total e o fim da sua atividade política, depois de dezenas de anos de atentados em que fez mais de 800 vítimas mortais.

"A ETA desmantelou o conjunto das suas estruturas. A ETA declara que põe fim a toda a atividade política", afirma a organização, considerada "terrorista" pela União Europeia, numa "declaração final" publicada no jornal Berria e no portal da internet Naiz.info.

A ETA assegura nesse texto que "não será mais um agente que manifeste posições políticas, promova iniciativas ou interpele outros atores" e faz acompanhar essa declaração com um vídeo em que se ouve a voz de uma série de históricos da organização.

Lusa

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