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Mogherini diz que UE não reconhecerá presidenciais russas na Crimeia

A alta representante de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, assegurou esta segunda-feira que a UE não reconhecerá as eleições presidenciais russas de domingo na península da Crimeia, anexada pela Rússia.

Sergei Karpukhin

"Não reconhecemos a anexação ilegal (...) e também não reconheceremos as eleições que vão decorrer na Crimeia. Prosseguiremos com as sanções nesse sentido", disse em conferência de imprensa conjunta com o Presidente ucraniano, Petro Poroshenko.

Mogherini reiterou o prosseguimento do apoio da UE à Ucrânia no contexto da associação com este país eslavo, mas assinalou que Kiev deve esforçar-se mais na aplicação das reformas e no combate à corrupção.

"A UE não se cansa de apoiar a Ucrânia (...) mas é certo que existe uma certa frustração pela falta de progresso", disse após uma reunião com Poroshenko em Kiev.

A alta representante anunciou ainda que a EU planeia enviar a próxima parcela de ajuda financeira à Ucrânia (1.000 milhões de euros) no final de 2018, caso se justifiquem as condições para concretizar a medida. Por sua vez, o Presidente ucraniano apelou à UE para que reconheça oficialmente a Rússia como parte do conflito que prossegue no leste da Ucrânia, a poucos dias do quatro aniversário da anexação da Crimeia pela Rússia.

"Após quatro anos de agressão russa contra a Ucrânia, chegou a hora de a UE chamar o agressor pelo seu nome e assinalá-lo como uma parte do conflito", afirmou Poroshenko. Este encontro ocorreu um dia após o Presidente russo, Vladimir Putin, ter declarado publicamente não estar disposto a devolver a península da Crimeia à Ucrânia, anexada por Moscovo em março de 2014.

Em simultâneo, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, não desmentiu a hipótese de Putin exercer o seu direito de voto nas presidências em território da Crimeia, cuja anexação foi oficializada pela Rússia em 18 de março de 2014, o dia em que decorre no próximo domingo o escrutínio presidencial.

Em paralelo, o Conselho da UE decidiu hoje prolongar as sanções económicas contra a Rússia por mais seis meses, por "prejudicar e ameaçar" a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia.

Lusa

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