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Presidente nigeriano reconhece que 110 alunas de Dapchi foram "raptadas"

Uma semana depois do desaparecimento de 110 alunas, após um ataque à sua escola no nordeste da Nigéria por alegados membros do grupo extremista Boko Haram, o presidente Muhammadu Buhari reconheceu que elas foram "raptadas".

Afolabi Sotunde

"O governo está com aquelas (estudantes de Dapchi) que foram raptadas", declarou Buhari durante a visita à presidência de uma delegação de antigas reféns do Boko Haram, libertadas no início do mês.

"Ordenei a todas as agências de segurança do país para garantirem a segurança nas nossas escolas (...) e restituírem as raparigas raptadas às suas famílias", sublinhou o chefe de Estado.

Até agora as autoridades preferiam falar em "desaparecimento" em vez de "rapto".

Este rapto em massa fez lembrar o de 276 estudantes em Chibok em abril de 2014 que deu notoriedade internacional ao Boko Haram e levou à criação nas redes sociais do movimento "Bring back our girls (tragam as nossas raparigas de volta)".

Buhari foi eleito um ano mais tarde com a promessa de erradicar o grupo 'jihadista' e de encontrar as "raparigas de Chibok". Uma centena das estudantes sequestradas foi libertada desde então, em troca de resgates ou prisioneiros.

Na sexta-feira, o presidente pediu desculpa aos pais pelo que aconteceu em Dapchi, no estado de Yobe, e qualificou o desaparecimento das raparigas de "catástrofe nacional".

Como em 2014, reina uma grande confusão em relação às circunstâncias do ataque e as autoridades só no domingo, seis dias depois do acontecimento, confirmaram que 110 raparigas continuavam desaparecidas.

Iniciada em 2009, a revolta do Boko Haram, que pretende instaurar um Estado islâmico no norte da Nigéria maioritariamente muçulmano ao contrário do sul de maioria cristã, já causou mais de 20.000 mortos e 2,6 milhões de deslocados.

Lusa

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