O conflito que atinge a Síria desde 2011 já fez mais de 340.000 mortos, implicando atores locais e estrangeiros, mas também grupos extremistas.
Lamentando a "situação extrema" a que se chegou no país, os representantes de diferentes agências da ONU em Damasco exigem "uma cessação imediata das hostilidades por pelo menos um mês em toda a Síria", segundo um comunicado.
O objetivo é "permitir a distribuição de ajuda humanitária, a retirada dos feridos e doentes em estado crítico e o alívio do sofrimento" dos civis, sublinha o comunicado.
"A equipa humanitária das Nações Unidas na Síria alerta para as consequências desastrosas de um agravamento da crise humanitária em diversas regiões do país", pode ler-se no mesmo comunicado.
Nos últimos meses, o regime de Bashar al-Assad realizou ataques aéreos mortíferos contra dois bastiões rebeldes, Ghouta oriental às portas de Damasco, e a província de Idleb, no noroeste da Síria.
A Turquia, por seu lado, lançou a 20 de janeiro uma vasta ofensiva na Síria contra o enclave de Afrine (noroeste), para expulsar da sua fronteira a milícia curda das Unidades de Proteção do Povo (YPG).
A ONU lamenta a dificuldade de acesso às zonas sitiadas pelos beligerantes: as localidades cercadas pelas forças do regime não podem receber ajuda humanitária sem autorização do poder de Damasco.
Um plano que prevê a distribuição de ajuda duas vezes por mês nas zonas sitiadas ou consideradas de difícil acesso está por isso paralisado, segundo a ONU.
"Se fosse concedido o acesso, três comboios poderiam ser enviados todas as semanas, permitindo ajudar em dois meses 700.000 pessoas nessas zonas", refere o comunicado.
É o caso da região de Ghouta oriental, enclave rebelde a leste de Damasco, cercado desde 2013 pelo regime, onde cerca de 400.000 habitantes têm falta de alimentos e de medicamentos.
Lusa