"Nunca solicitei que o Sr. Rodrigo Rocha Loures recebesse recursos de campanha ou de qualquer outra origem em meu nome", afirmou Michel Temer.
A declaração consta em uma das respostas de um questionário com 50 perguntas enviado pela Polícia Federal para Temer, que fazem parte de um inquérito que investiga a suposta venda de uma medida provisória (normas determinadas pelo poder executivo que tem força de lei), assinada em 2016, que teria beneficiado empresas do setor portuário.
O chefe de Estado brasileiro também afirmou que não determinou ao seu ex-assessor que acompanhasse questões sobre concessões dadas às empresas portuárias e que não sabia se o mesmo havia sido procurado por executivos da Rodrimar, empresa que também é investigada neste inquérito.
"Jamais soube se o Sr. Rodrigo Rocha Loures estava sendo pressionado por empresários do setor portuário para conseguir melhores benefícios por meio do Decreto dos Portos", respondeu Michel Temer.
Rodrigo Rocha Loures foi um dos personagens citados na delação premiada (acordo de colaboração firmado por investigados com a Justiça para redução de pena) dos executivos da JBS, tendo sido filmado pela polícia federal a receber uma mala com 500 mil reais (127,1 mil euros) em dinheiro pago como suborno pela empresa.
A polícia brasileira também intercetou telefonemas de Rodrigo Rocha Loures em que ele trata de mudanças no decreto que supostamente beneficiou empresas do setor portuário.
As perguntas enviadas ao Presidente do Brasil fazem parte de investigação autorizada pelo juiz Luís Roberto Barroso do STF iniciada após Operação Patmos, na qual a polícia descobriu a suposta participação de Rodrigo Rocha Loures num esquema de venda de medidas provisórias.
Lusa