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Netanyahu afirma que embaixada dos EUA pode ser transferida para Jerusalém dentro de um ano

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou hoje que os Estados Unidos poderão transferir dentro de um ano, ou seja, bem mais rapidamente do que o previsto, a sua embaixada de Telavive para Jerusalém, informaram media israelitas.

Ammar Awad

"A embaixada vai ser transferida para Jerusalém mais rapidamente do que pensam, certamente dentro de um ano", disse Netanyahu aos jornalistas que o acompanham na sua visita à Índia.

O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, declarou em dezembro que a transferência não deveria ocorrer antes de pelo menos dois anos.

O presidente Donald Trump reconheceu a 6 de dezembro Jerusalém como capital de Israel e anunciou, sem indicar datas, a transferência da embaixada de Telavive para Jerusalém.

O anúncio, aplaudido como "histórico" pelo governo israelita, foi criticado pelos palestinianos e por quase toda a comunidade internacional, tendo feito aumentar a tensão na região.

O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, disse hoje que 30 pessoas morreram, 7.000 ficaram feridas e mil foram detidas devido à resistência à medida.

A agência France Presse contabiliza 17 palestinianos mortos e um israelita desde 6 de dezembro.

Jerusalém Oriental, que os palestinianos reivindicam como capital de um futuro Estado da Palestina, foi ocupada por Israel em 1967 e anexada em 1980 contra a posição da comunidade internacional.

Abbas, que falava numa conferência sobre Jerusalém organizada pela universidade egípcia Al-Azhar, instituição de referência para o islão sunita, disse que "Jerusalém será uma porta para a paz apenas se for a capital da Palestina e será uma porta para a guerra, o medo e a ausência de segurança e estabilidade (...) se não for".

Voltou a apelar aos árabes e muçulmanos para visitarem Jerusalém, considerando que as visitas não representam uma aceitação da posição israelita.

"Não nos abandonem (...) Visitas de muçulmanos, árabes e cristãos dão apoio à cidade, representam proteção para os seus locais sagrados e apoio para os seus residentes (árabes)", declarou Abbas.

O grande imã da Al-Azhar, o principal religioso muçulmano do Egito, xeque Ahmed al-Tayeb, dirigiu-se aos participantes na conferência, classificando de "injusta" a decisão de Trump e defendendo que deve ser combatida com a revitalização da consciência da questão palestiniana.

"Queremos que este ano, 2018, seja o ano de Jerusalém, um ano em que oferecemos apoio moral e material ao povo de Jerusalém", disse o imã.

Al-Tayeb e o papa Teodoro II, o líder espiritual dos cristãos ortodoxos coptas egípcios, disseram que não se encontrarão com o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, que visita a região no próximo fim de semana.

Lusa

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