Temer garantiu que não deixará o Governo após a divulgação de gravações, por empresários da JBS, com alegados pedidos de suborno que envolvem o seu nome.
Citado numa gravação entregue por Joesley Batista, dono da JBS, na qual alegadamente apoiou o pagamento de suborno ao ex-deputado Eduardo Cunha, o chefe de Estado brasileiro negou ter qualquer relação com este facto.
"Ouvi, realmente, o relato de um empresário que por ter relações de um ex-deputado [Eduardo Cunha] auxiliava a família dele, mas não solicitei que isto acontecesse e só tive acesso a este facto nesta conversa", declarou.
"Em nenhum momento autorizei que pagassem a quem quer que seja para ficar calado, não comprei o silêncio de ninguém por uma razão singela que não temo nenhuma delação [acordo de investigados com a Justiça em troca de redução da pena]", concluiu Temer.
Também hoje, o juiz Edson Fachin, relator dos casos de corrupção da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, autorizou a abertura de um inquérito contra o Presidente brasileiro.
O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República com base numa denúncia feita pelos donos da JBS, os empresários Joesley Batista e Wesley Batista, que gravaram uma conversa com o chefe de Estado, na qual ele supostamente terá dado aval para o pagamento de suborno ao ex-deputado Eduardo Cunha, preso por envolvimento nos casos de corrupção da Petrobras.
Também o senador brasileiro Aécio Neves foi afastado do mandato pelo Supremo Tribunal Federal.
Candidato derrotado nas últimas eleições e atual presidente do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que apoia o Governo de Michel Temer, Aécio Neves foi gravado por Joesley Batista a pedir 2 milhões de reais (cerca de 570 mil euros) como suborno.