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Maduro insiste em diálogo com oposição venezuelana

O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, defendeu no domingo a realização das eleições de governadores, que deveriam ter sido celebradas no ano passado, e reiterou o seu convite à oposição para um diálogo político. Esta posição surge numa altura em que o líder venezuelano pediu ao papa Francisco para que "continue a acompanhar" as conversações.

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"Estou pronto para o que diga o poder eleitoral e o meu objetivo será a paz e estou pronto para o diálogo", afirmou, no seu programa "Domingos com Maduro". O Presidente sustentou que são os dirigentes da oposição que não querem eleições "porque as pessoas viraram-lhes as costas" no processo de renovação dos partidos, o que os levou a seguir uma "política extremista" com a ideia de derrotar o seu Governo.

Maduro acusou a aliança oposição Mesa para a União Democrática de querer lançar toda a Venezuela "por um barranco". "Eu ratifico a minha disponibilidade, 24 horas por dia, para o diálogo político pela paz (...) um diálogo a tempo, para que depois não se queixem", assinalou.

Maduro pediu ao líder da igreja católica para que "continue a acompanhar" o diálogo entre o Governo e a oposição, como aconteceu no ano passado, quando o Vaticano seguiu este processo, que apenas durou uns meses e foi suspenso após a oposição ter acusado o executivo de não cumprir os acordos. Uma queixa que recebeu o apoio da Santa Sé, com o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolín, a enviar uma carta às partes a assinalar os incumprimentos por parte do Governo.

"Há uma conspiração lá em Roma contra o diálogo na Venezuela e aqui também", disse Maduro, ao mesmo tempo que agradeceu aos ex-presidentes do Panamá, Martín Torrijos, e da República Dominicana, Leonel Fernándes, bem como ao antigo chefe do Governo espanhol José Luis Zapatero por terem acompanhado as conversações.

As declarações de Maduro surgem num momento em que o país atravessa uma nova onda de protestos antigovernamentais de cidadãos, que pedem a restituição da "linha constitucional", eleições que permitam uma mudança de governo, a libertação de presos políticos e a abertura de um canal para que o país receba medicamentos e alimentos.

Nesta vaga já morreram 22 pessoas, a tiro ou em saques a lojas, e registaram-se centenas de feridos e quase 800 detidos, segundo a organização Fórum Penal Venezuelano.

Lusa

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