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Opositores de Maduro atacados por grupo de motociclistas

Um grupo de motociclistas ('coletivos') afetos ao regime de Nicolás Maduro atacaram esta terça-feira, com armas, manifestantes opositores em Caracas, causando um ferido a tiro e originando uma debandada durante a qual oito pessoas ficaram com traumatismos.

Segundo o deputado Rafael Guzmán, os manifestantes encontravam-se na auto-estrada Francisco Fajardo (a leste), "quando chegaram os coletivos armados e violentos, e dispararam contra uma manifestação pacífica".

Por outro lado o presidente da Câmara Municipal de Chacao (leste), Ramón Muchacho, explicou aos jornalistas que os feridos foram transportados para um centro de saúde local, oito deles apresentando poli-traumatismos e um ferimentos por bala.

Entre as vírtimas está o Presidente da Assembleia Nacional (AN), Júlio Borges, e o deputado opositor Richard Blanco. Também o dirigente do Movimento Progressista de Venezuela, Alberto Soto, e o secretário eleitoral da oposição, Enrique Martínez, que foram apedrejados na cabeça.

Durante a manhã, os jornalistas Abraham Tovar, do diário El Nacional, Román Camacho, do portal HispanoPost, e Mildred Manrique, do 800 notícias, foram feridos com pedradas na cabeça, quando a polícia venezuelana impediu milhares de manifestantes de marcharem até ao parlamento.

As pedras foram atiradas por beneficiários do programa governamental Grande Missão Habitação Venezuela, a partir de edifícios estatais, na Avenida Libertador de Caracas.

Os opositores pretendiam marchar até à Assembleia Nacional (parlamento), para apoiar a decisão dos parlamentares, onde a oposição detém a maioria, de iniciar um procedimento para suspender os magistrados do Supremo Tribunal de Justiça que na semana passada emitiram duas sentenças limitando e assumindo as funções do parlamento.

Na última segunda-feira, os parlamentares opositores Juan Requesens e José Brito foram violentamente atacados por um grupo de alegados simpatizantes do regime, quando se dirigiam à sede da Defensoria do Povo (espécie de procuradoria popular) para reclamar que aquele organismo seja mais ativo na defesa dos cidadãos.

A 30 de março último, a jornalista Ana Gabriela Vargas, do canal Capitólio TV (do parlamento), foi ferida na cabeça enquanto cobria uma atividade de deputados, junto do STJ.

Por outro lado, um dia depois, oficiais da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) e "coletivos" atacaram um grupo de estudantes e jornalistas, junto do TSJ.

Um correspondente da agência noticiosa AP, um operador de câmara da Vivo Play, a jornalista Eliángelica González, da Caracol Rádio (Colômbia), foram espancados por oficiais da GNB, que atiraram ainda contra o chão os telemóveis dos jornalistas.

Os polícias ameaçaram ainda deter os jornalistas agredidos.

Com Lusa

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