O governo iraniano reagiu à notícia divulgada pela estação de televisão norte-americana Fox News, que avançou na quarta-feira que Teerão tinha lançado um míssil terra-ar de curto alcance tipo Mersad, cujo impacto aconteceu a cerca de 55 quilómetros do lugar de lançamento.
Hosein Dahqan assegurou que esta informação é falsa e tem como objetivo "criar inimigos, fazer guerra psicológica e promover uma iranofobia", segundo as declarações divulgadas pela agência noticiosa iraniana oficial IRNA.
O ministro sublinhou que o alegado teste "não aconteceu", mas se tivesse ocorrido não seria uma questão para os Estados Unidos comentarem, porque o programa de mísseis do Irão tem um carácter defensivo.
O ministro da Defesa do Irão (país maioritariamente xiita e rival da Arábia Saudita sunita) acusou Israel de ter fabricado tal notícia e pediu aos países sunitas do Golfo, seus rivais tradicionais, para não se deixarem influenciar por estas informações.
"A República Islâmica do Irão nunca foi e não será uma ameaça para eles", frisou.
Segundo Hosein Dahqan, os Estados Unidos embarcaram numa guerra psicológica para vender mais armas aos países daquela região.
Também o Presidente iraniano, Hassan Rohani, insistiu hoje que o Irão não pretende interferir nos assuntos internos de outros países e que o seu desenvolvimento militar tem fins unicamente defensivos.
Em finais de janeiro, o regime de Teerão realizou testes de um míssil balístico de médio alcance que explodiu depois de percorrer cerca de um mil quilómetros.
A ação provocou a convocação de uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU.
Após o ensaio, a administração liderada pelo Presidente americano, Donald Trump, endureceu as sanções económicas contra o Irão, visando 13 pessoas e 12 entidades relacionadas com o programa de mísseis balísticos de Teerão, que anunciou por sua vez medidas recíprocas.
Na mesma altura, o chefe de Estado americano avisou o Irão de "estar a brincar com o fogo".
O regime de Teerão defende que estes ensaios não violam o acordo nuclear assinado em julho de 2015 entre o Irão e o grupo de países 5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Rússia e China), nem a resolução 2231 das Nações Unidas, que proíbe o país de realizar testes com mísseis com capacidade nuclear.
O Irão é um dos sete países de maioria muçulmana que consta na controversa ordem executiva anti-imigração assinada em janeiro por Donald Trump.
Lusa