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Nomeado de Trump para a proteção ambiental contradiz Presidente eleito sobre alterações climáticas

O nomeado por Donald Trump para dirigir a Agência de Proteção ambiental (EPA) dos Estados Unidos disse esta quarta-feira ao Senado norte-americano que as mudanças climáticas são reais, contradizendo declarações do Presidente eleito e dele próprio.

© Joshua Roberts / Reuters

Pressionado pelos senadores democratas numa audiência de confirmação, Scott Pruitt disse discordar de declarações feitas por Donald Trump de que o aquecimento global é um embuste criado pelos chineses para prejudicar a competitividade económica dos Estados Unidos. "Eu não acredito que as alterações climáticas sejam uma farsa", disse Scott Pruitt, republicano.

Os comentários do responsável aconteceram pouco depois de a NASA e a Administração Nacional dos Estados Unidos para os Oceanos e a Atmosfera (NOAA, na sigla em inglês) terem divulgado que a temperatura média na superfície terrestre e oceânica foi em 2016 a mais alta desde 1880, no terceiro ano consecutivo de recordes do aquecimento global.

Apesar de a sua formação ser ciência política e direito, Pruitt tinha no passado colocado em dúvida as conclusões científicas que atribuem o aquecimento do planeta às emissões de carbono causadas pelo homem. Num artigo de opinião publicado no ano passado o novo responsável da EPA sugeriu que o debate sobre o aquecimento global estava longe de estar resolvido e disse que os cientistas continuavam a discordar sobre o grau e a extensão do aquecimento global e a sua relação com as ações do homem.

Apesar da aparente mudança de opinião que manifestou hoje, Pruitt opôs-se, como já antes fizera, a qualquer regulamento federal sobre emissões de gases com efeito de estufa.Como procurador-geral de Oklahoma, Scott Pruitt, juntamente com outros procuradores-gerais republicanos, opôs-se ao Plano de Energia Limpa da administração de Barack Obama, que procurava estabelecer limites de emissões nas centrais de carvão.

A audiência de hoje do republicado ficou marcada por gritos de pessoas no corredor que não puderam entrar na sala e uma mulher foi levada do local pela polícia quando protestou contra a nomeação de alguém que sempre foi muito critico em relação à EPA e que tem a oposição feroz dos ambientalistas.

Lusa

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