Mundo

Ambientalistas dos EUA organizam-se para combater políticas de Trump

Os ambientalistas estão a preparar-se para combater as intenções do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que prometeu na campanha eleitoral anular leis e regulações que protegem o ambiente e atacam o aquecimento global.

© Jonathan Ernst / Reuters

Trump também prometeu que iria retirar os EUA, o segundo maior emissor mundial de gases com efeito de estufa depois da China, do acordo assinado em 2015, em Paris, por 192 Estados para responder às alterações climáticas.

Mas este republicano, multimilionário do imobiliário, já modificou esta posição desde a sua vitória eleitoral, em 08 de novembro.

Durante uma recente entrevista ao The New York Times, Trump deu a entender que podia apoiar acordos globais sobre alterações climáticas, dizendo que tinha "uma mente aberta".

Enquanto candidato, Trump classificou o conceito de aquecimento global como uma mistificação, mas ao The New York Times reconheceu "alguma conectividade" entre a atividade humana e as alterações climáticas.

Na segunda-feira, Trump teve uma reunião prolongada com o ex-vice-presidente Al Gore, um ambientalista relevante e líder da luta contra o aquecimento global.

O domínio pelos republicanos da presidência e do congresso está a estimular os ambientalistas.

"Se Trump tentar voltar atrás no combate às alterações climáticas e na proteção do ambiente, vai-se confrontar com uma massa organizada de pessoas que o vão combater nos tribunais, no congresso e nas ruas", assegurou Michael Brune, diretor executivo do Sierra Club, uma das maiores organizações ambientais norte-americanas, com 2,4 milhões de membros.

"Tivemos mais pessoas a juntarem-se ao Sierra Club em três semanas desde a eleição (presidencial) do que durante o resto do ano (...) com nove mil contribuintes mensais", avançou Brune, em entrevista. "As pessoas estão preocupadas e zangadas", justificou.

Os ambientalistas criticam as escolhas mencionadas de Trump para cargos de responsabilidade na área ambiental, falando de bilionários ligados ao petróleo e gás e notórios céticos das alterações climáticas.

Um deles, Scott Pruitt, procurador-geral do Estado do Oklahoma, que está a processar a Agência de Proteção do Ambiente (EPA, na sigla em Inglês), tem sido apontado como forte hipótese para liderar precisamente esta agência, que Barack Obama tem usado, através de ordens executivas, para reduzir as emissões de dióxido de carbono.

Agora, a EPA pode ser o veículo que Trump vai utilizar para anular as restrições decidias pelo governo de Barack Obama.

Acresce que o presidente executivo da ExxonMobil, Rex Tillerson, emergiu como possibilidade para secretário de Estado.

A mobilização ambientalista contra Trump já chegou à televisão, onde por exemplo John Oliver, o britânico que é 'pivot' de um popular programa televisivo, apelou à ação.

Oliver sugeriu, em particular, que os norte-americanos se inscrevam em organizações de proteção do ambiente, mencionando em concreto o Conselho de Defesa dos Recursos Naturais (NRDC, na sigla em Inglês).

Lusa

Últimas