Nesta primeira aproximação - cujo foco foi acertar a sua trajetória e observar com outros instrumentos -, as câmaras da sonda estavam desligadas. Contudo, nas futuras passagens, deverão captar algumas das melhores imagens dos polos do planeta, os anéis e as luas dos mesmos.
"Este é o início do fim da nossa histórica exploração a Saturno", destacou a especialista Carolyn Porco ao Instituto de Ciências Espaciais de Boulder, no Estado norte-americano do Colorado. "Que estas imagens, e as muitas que virão, nos lembrem que participamos nesta ambiciosa e ousada aventura em torno do planeta mais magnífico do Sistema Solar."
Cada uma das órbitas desta fase da missão duram quase uma semana. Deste modo, a próxima passagem pelos limites externos dos anéis está prevista para o dia 11 de dezembro. Ao todo, a sonda deverá completar 20 órbitas até 22 de abril de 2017, data do último voo sobre a lua gigante Titã que irá alterar novamente a sua trajetória. Com este encontro, a órbita da sonda vai "saltar" da região externa dos anéis para a interna.
A partir daí, a Cassini vai realizar mais 22 "mergulhos" pela lacuna de 2,4 mil quilómetros que separa os anéis principais de Saturno da extremidade da atmosfera do planeta, naquela que será a sua última missão. Estas manobras vão continuar até 15 de setembro do próximo ano, altura em que a sonda fará um último "mergulho" na atmosfera do gigante gasoso, transmitindo dados sobre a sua composição até à inevitável destruição.
Lançada em 1997, a sonda Cassini chegou ao sistema de Saturno em 2004, permitindo assim estudar os detalhes do planeta, assim como os seus anéis e as muitas luas. Durante a missão, a sonda já revelou a existência de um imenso oceano de circulação hidrotermal (água quente) sob a superfície congelada de uma das luas, assim como de mares e chuvas de metano em Titã.
A decisão de destruir a sonda num "mergulho" final na atmosfera de Saturno visa também evitar que esta contamine estes ambientes, onde teoricamente pode existir vida.