O número de mortes relacionadas com estes problemas são cinco vezes menos nos astronautas que nunca viajaram numa missão, ou que nunca deixaram a órbita terrestre baixa. Michael Delp, da Universidade da Florida, é o autor principal do estudo e acredita que o principal fator do número tão elevado é a exposição sem precedentes à radiação espacial.
Quando Jim Irwin andou na Lua em 1971, os médicos notaram sinais de um ataque cardíaco. Na Terra, Irwin seria levado de imeditato para o hospital. Contudo, a gravidade zero, o oxigénio puro, o traje pressurizado e a constante monitorização a partir da Terra resultaram, nesse caso, tão bem ou melhor. Rapidamente, os ritmos cardíacos de Irwin voltaram a estabilizar.
No entanto, alguns meses depois da chegada à Terra, o astronauta acabou por morrer de ataque cardíaco.
Existem pelo menos quatro estudos sobre a mortalidade dos astronautas. A maior parte deles mostram que os astronautas vivem menos tempo, comparados com a população geral. Delp focou a sua investigação nos astronautas da Apolo e usou um diferente grupo de "exemplos".
Os estudos mais antigos comparavam os astronautas à população dos Estados Unidos da América. Delp decidiu comparar os astronautas das missões Apolo a outros astronautas.
O investigador achou importante publicar o estudo rapidamente, uma vez que no futuro estão pensadas missões à Lua e possivelmente a Marte. Se a radiação espacial causa efeitos negativos nos astronautas, então o tempo está a correr para esses efeitos serem investigados, de maneira a atenuá-los.
A equipa de Michael Delp já está a trabalhar com os cientistas do Centro Espacial Lyndon Johnson, na procura de mais informação sobre o histórico dos astronautas das missões Apolo.
Ainda não se sabe muito acerca dos efeitos da radiação espacial na saúde dos humanos. Contudo, a investigação de Delp ajudou a ter um breve vislumbre do futuro: é melhor começar a preparar já as viagens espaciais que estão para vir.