Guy Fawkes - também conhecido por Guido Fawkes -e mais 12 conspiradores tinham passado meses a planear o assassínio do rei Jaime I de Inglaterra, anglicano fervoroso que perseguia quem seguisse o Papa.
A 5 de novembro de 1605, Guy e os seus seguidores tentaram fazer explodir as câmaras do Parlamento britânico, em protesto contra a máquina protestante de leis anti-católicas.
O plano saiu fracassado. Fawkes acabou por ser descoberto quando se escondia numa cave por baixo da Câmara dos Lordes, com 36 barris de pólvora. Saia gorada a “Conspiração da Pólvora”.
Enfrentando cara-a-cara o rei, Fawkes assumiu que o seu plano era “destruir as câmaras do Parlamento e tudo o que estivesse dentro”. Uma confissão que lhe saiu cara. Foi torturado e enforcado. As suas vísceras foram expostas no Parlamento, precisamente o local que queria fazer explodir.
Quatro séculos depois, o golpe fracassado é comemorado no Reino Unido a 5 de novembro. Anos após ano, bonecos com a sua imagem são deitados à fogueira.
Entre 1982 e 1985, Fawkes inspirou o cartoonista Alan Moore que, juntamente com o desenhador David Lloyd, criou “V de Vingança”. A história de banda-desenhada centra-se num anti-herói à imagem do soldado britânico, que tenta criar uma rebelião anarquista e pôr fim ao regime totalitário que assola a nação.
Em 2006, a história popularizou-se com a adaptação ao cinema, pela Warner.
Não demorou muito até que o grupo de “hackers” Anonymous começasse a usar a máscara criada por Lloyd para o ídolo anarquista como símbolo dos seus militantes.
O Anonymous influenciou outros grupos à escala mundial - Occupy Wall Street, Wikileaks - e, atualmente, a máscara inspirada em Fawkes transcende as convicções religiosas ou políticas, já conquistou um lugar na cultura pop e é uma constante nas manifestações pelo globo fora.
Herói ou psicopata, Fawkes simboliza a força popular na luta pela liberdade e a ideia de devolver o poder ao povo.