"Pelos dados recolhidos no terreno, podemos afirmar categoricamente que vencemos as eleições," afirmou António Muchanga em conferência de imprensa realizada hoje à tarde na sede nacional da Renamo em Maputo, na qual foram denunciadas várias alegadas fraude e irregularidades durante o processo eleitoral.
"Por isso, não aceitamos os resultados destas eleições. Não pode haver uma democracia para África e outra para a Europa", declarou o porta-voz do maior partido de oposição, no dia em que começaram a ser divulgados os primeiros resultados oficiais da votação, que colocam o candidato presidencial da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), Filipe Nyusi, na liderança da contagem, com 60,69%, quando estavam apuradas apenas 8,55% das mesas de voto.
A Renamo reivindica a vitória em todos os círculos eleitorais do centro e norte país, exceto Cabo Delgado, e "uma votação muito expressiva na região sul", baseando-se na contagem realizada pelo partido a partir dos editais afixados nas assembleias de voto que terminaram os seus processos de contagem.
Apesar de reclamar o triunfo nas eleições gerais, para a Renamo, o que está em causa "não é uma questão de vencer, é sim uma questão de justeza e transparência dos atos eleitorais, regras intrínsecas a uma verdadeira democracia".
"Para nós a questão de fundo é que o processo eleitoral tem de ser transparente. Não pode haver manipulações, para que o vencedor não tenha mancha", disse António Muchanga, sem mencionar os passos seguintes à declaração hoje proferida pelo partido, nem esclarecer o seu significado.
"A Renamo está a dizer que não aceita o resultado destas eleições", insistiu várias vezes o porta-voz do partido. "Estamos a dizer o que é o nosso sentimento", afirmou.
Mais de dez milhões de moçambicanos foram chamados na quarta-feira para escolher um novo Presidente da República, 250 deputados da Assembleia da República e 811 membros das assembleias provinciais.
No escrutínio concorreram três candidatos presidenciais e 30 coligações e partidos políticos.
LUSA