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Dezenas de mesas de voto não abriram no centro e norte de Moçambique

Dezenas de assembleias de voto, maioritariamente no centro e norte de Moçambique, não abriram hoje para as eleições gerais em Moçambique, segundo o boletim da Associação dos Parlamentares Europeus (AWEPA) e o Centro de Integridade Pública (CIP) moçambicano.

No seu boletim sobre o processo político de Moçambique, a AWEPA e o CIP, uma ONG moçambicana vocacionada para a transparência dos órgãos públicos, referiram que se registaram "enchentes" nas assembleias de voto nas primeiras horas de votação para as eleições gerais de hoje no país, mas o início do ato foi manchado pela não abertura de dezenas de assembleias de voto.

"O processo de votação para a eleição do novo Presidente da República, deputados para a Assembleia da República e membros das assembleias provinciais iniciou normalmente na maior parte do país, com grande parte das assembleias a abrirem a horas", segundo o boletim das duas organizações, divulgado às 11:30 locais (10:30 em Portugal)

"Na Escola Primária Completa Manga Loforte, na cidade da Beira, sul do país, dez assembleias de voto continuavam encerradas até pouco mais de 09:00. Na Escola Primária Completa de Angoche, norte, dez assembleias de voto estão encerradas", indica o boletim.

"També na cidade de Nampula faltam seis cadernos em alguns dos nove postos de votação e muitos eleitores tiveram que regressar para as suas casas sem, votar. Na Escola Primaria Completa dos Belenenses, em Nampula, sete das 14 mesas não iniciaram no tempo previsto e não havia informações sobre a abertura até por volta das 09:00", diz o boletim.

Segundo a AWEPA e o CIP, mais de 400 membros do Observatório Eleitoral (OE), uma coligação de missões de observação moçambicanas, estão impedidos de exercer a atividade em Nampula, norte do país, principal círculo eleitoral, devido à falha do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) na acreditação.

"Igualmente, houve registo de demora na atribuição de credenciais aos delegados de candidatura dos partidos políticos, atrasos na alocação de materiais, como urnas e de montagem das próprias assembleias de voto", refere o boletim da AWEPA e do CIP, que contam com a colaboração no terreno de mais de 150 jornalistas.

Sobre a não acreditação dos membros dos partidos para fiscalizarem a votação, o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), órgão que supervisiona as eleições, Paulo Cuinica, disse à Lusa que a situação se deveu ao atraso dos partidos no envio dos nomes dos seus delegados.

"As listas dos delegados dos partidos políticos deviam ter sido enviados ao STAE 20 dias antes da votação, mas acontece que até ontem [terça-feira] a maioria dos nomes ainda não tinha sido enviada", afirmou Cuinica.

O porta-voz da CNE disse que os órgãos eleitorais estão a empreender diligências para que os delegados dos partidos em falta preencham os seus lugares até ao fim da votação e estejam na contagem de votos feita na mesa.

 

Lusa

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