Mundo

Casal australiano diz que desconhecia que filho abandonado tinha síndrome de Down

Um casal australiano, acusado de ter abandonado um bebé com síndrome de Down nascido de uma mãe de substituição tailandesa, afirmou hoje saber apenas que criança tinha problemas cardíacos e pouco tempo de vida.

Pattaramon Chabua, que teve gémeos, acusou o casal de ter ficado com  a menina, sem problemas de saúde, e de ter abandonado o rapaz, Gammy, portador  de trissomia 21 e doente do coração, atualmente com sete meses de idade.

Num comunicado difundido por uma amiga e publicado num jornal da cidade  onde reside, Bunbury, a sul de Perth (sudoeste da Austrália), o casal defende-se  das acusações, afirmando ter sido informado sobre os problemas de coração  da criança, mas não sobre o síndrome de Down.  

"Gammy estava muito doente quando nasceu. Disseram aos pais biológicos  que não ia sobreviver, que só ia resistir um dia", escreveu a amiga do casal.

O parto devia ter acontecido num grande hospital internacional tailandês,  mas a mãe de substituição ("barriga de aluguer") deslocou-se a outro estabelecimento,  quebrando o acordo assinado com os pais biológicos, de acordo com o jornal Bunbury Mail.  

Uma vez que o acordo foi quebrado, o casal não tinha, em princípio,  qualquer direito às crianças, mas a mãe de substituição aceitou entregar  a menina, acrescentou o diário.  

"Os pais biológicos ficaram devastados por não poder trazer o rapaz  com eles (...), mas, se ficassem, corriam o risco de perder também a menina",  disse a amiga do casal. 

No entanto, a mãe de substituição continua a afirmar "nunca ter mentido".  "Não há outra verdade", garantiu. 

Pattaramon Chabua garantiu que o casal australiano recusou o bebé com  síndrome de Down e que levou a irmã gémea.  

Chabua acrescentou que o casal pagou o equivalente a 11.094 euros e  não quis levar o rapaz com síndrome de Down por se tratarem de pessoas com  mais de 50 anos e que, por isso, seriam muito velhos para cuidar de alguém  com problemas. 

Numerosos casais estrangeiros, nomeadamente australianos, vão à Tailândia  para utilizar serviços de clínicas de fecundação 'in-vitro' e barrigas de  aluguer, apesar de um certo vazio legal.  

A contratação de uma mãe de substituição é ilegal na Austrália, o que  leva centenas de casais deste país, todos os anos, ao estrangeiro para encontrar  "barrigas de aluguer", de acordo com a organização não-governamental "Surrogacy  Australia".  

 

     

  

Últimas