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Cristã sudanesa condena à morte por renegar Islão

Um tribunal de Cartum condenou hoje uma cristã  sudanesa de 27 anos à morte, por enforcamento, por renegar o Islão, apesar  dos apelos de embaixadas ocidentais em defesa da liberdade religiosa da  mulher.

Sudão / Reuters
© Andreea Campeanu / Reuters

A mulher, grávida de oito meses, está atualmente detida com o filho  de 20 meses, de acordo com a organização de defesa dos direitos humanos  Amnistia Internacional, que exigiu a sua libertação imediata. 

"Demos um prazo de três dias para que renegasse a sua fé, mas insistiu  em não voltar ao Islão. Condeno-a à pena de morte por enforcamento", declarou  o juiz Abbas Mohammed al-Khalifa, que tratou sempre a mulher pelo nome de  família do pai, um muçulmano.  

Meriam Yahia Ibrahim Ishag - o nome cristão da mulher - foi também condenada  a 100 chicotadas por "adultério".  

Ao ouvir o veredito, a jovem manteve-se impassível.  

Durante a audiência, e depois de uma longa intervenção do líder religioso  muçulmano, que procurou converter a cristã, a mulher disse calmamente ao  juiz: "Sou cristã e nunca reneguei a minha fé".  

O regime islamita sudanês introduziu a lei islâmica ('sharia') em 1983,  mas os castigos extremos, além da aplicação de chicotadas, são raros.  

Depois de o veredito ter sido anunciado, cerca de 50 pessoas manifestaram-se  contra a decisão e a exigir a libertação de Meriam.  

Um grupo mais pequeno, em apoio do veredito, chegou pouco depois ao  local, mas sem que tenha registado qualquer ação violenta.  

 

     

Lusa

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