É apenas a segunda vez que as autoridades francesas recorrem a esta medida drástica, que faz com que os condutores só possam usar as respetivas viaturas em dias alternados.
O executivo francês fez o anúncio depois de as partículas de poluição no ar terem ultrapassado os níveis de segurança durante cinco dias consecutivos na capital e áreas circundantes.
Todos os transportes públicos foram declarados gratuitos durante o fim de semana para persuadir os parisienses a deixar os veículos em casa.
Hoje, o grau de partículas de poluição no ar sofreu uma ligeira queda, depois de atingir 180 microgramas por metro cúbico -- bastante acima do dobro do limite de segurança -- na sexta-feira.
As chamadas partículas PM10 são produzidas por veículos, aquecimento e indústria pesada, e o limite de segurança está fixado em 80 microgramas por metro cúbico.
Mas com a previsão do aumento dos níveis de poluição a partir de domingo à noite, o gabinete do primeiro-ministro francês anunciou a decisão de restringir o número de viaturas dentro e nas imediações da capital, pela primeira vez desde 1997.
As motorizadas também são abrangidas pela restrição, que autorizará apenas veículos com matrículas de número impar a circular na segunda-feira.
O Governo também revelou outras medidas para reduzir a poluição atmosférica, incluindo restrições à velocidade e à carburação de combustível, adiantando que tomará na segunda-feira uma decisão sobre a ampliação do âmbito das medidas.
A situação de risco está ser causada por uma combinação de noites frias e dias quentes, que tem impedido a poluição de se dispersar. As partículas de poluição do ar podem causar ataques de asma, bem como outros problemas respiratórios e cardíacos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que as partículas mais pequenas -- conhecidas como PM2.5 -- são cancerígenas. As associações de automobilistas criticaram a adoção das restrições à circulação automóvel em Paris, que classificaram como "estúpida".
"Estou espantado por ver que um pequeno grupo de pressão conseguiu convencer as pessoas de que os carros são a causa deste pico de poluição", disse Pierre Chasseray, diretor de uma associação de automobilistas chamada "40 Millions d'Automobilistes".
"Esta medida é pior que injusta, é estúpida", sublinhou.
Lusa