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Doadores internacionais para ajuda humanitária reunidos no Kuwait

Os doadores reunidos no Kuwait prometeram  hoje conseguir 1,3 mil milhões de dólares destinados à ajuda humanitária  às vítimas da guerra na Síria, correspondendo aos apelos do secretário-geral  da ONU. 

A reunião do Kuwait decorre uma semana antes do encontro Genebra II,  a cimeira que pretende encontrar soluções políticas para o conflito, que  se prolonga há quase três anos e que já fez mais de 130 mil mortos. 

Os delegados de 70 países e das 24 organizações internacionais presentes  vão estar reunidos hoje na reunião promovida pelo secretário-geral das Nações  Unidas, Ban Ki-moon, que afirmou que metade da população da Síria precisa  urgentemente de apoio humanitário. 

"Metade da população síria, 9,3 milhões de pessoas, precisam de auxílio  humanitário urgente", disse Ban Ki-moon aos participantes, sublinhando que  mais de três milhões de pessoas já abandonaram o país em virtude da guerra.

"Estou particularmente preocupado com as informações sobre a fome na  Síria", disse o secretário-geral das Nações Unidas. 

O emir do Kuwait anunciou na abertura da sessão que o emirado vai fazer  uma doação de 500 milhões de dólares e o secretário de Estado norte-americano,  John Kerry, disse que os Estados Unidos vão avançar com uma verba suplementar  de 380 milhões de dólares, aumentando para 1,7 mil milhões de dólares o  valor da contribuição de Washington. 

"Orgulho-me pelo facto de os Estados Unidos liderarem a lista de doadores  de ajuda humanitária", afirmou Kerry, referindo que a "guerra civil na Síria"  não é apenas um problema sírio.  

A Arábia Saudita e o Qatar, Estados abertamente contra o regime de Bashar  al-Assad, vão doar 60 milhões de dólares cada. 

O Reino Unido prometeu 164 milhões de dólares, a Noruega 75 milhões,  a Dinamarca 36 milhões e o Iraque anunciou que vai conceder 13 milhões.

A União Europeia anunciou uma nova contribuição de 225 milhões de dólares,  aumentando para 2 mil milhões de dólares o total da ajuda concedida por  Bruxelas às vítimas sírias. 

"Vemos a situação humanitária a ir de mal a pior e não temos assistido  a melhorias", disse um porta-voz da União Europeia. 

Com o intensificar dos combates no terreno e as poucas perspetivas de  uma solução política a curto prazo, os grupos de direitos humanos dizem  que os fundos para apoio humanitário têm de ser conseguidos com a máxima  brevidade. 

"A violência na Síria provocou uma das maiores crises humanitárias da  história recente", afirma a Amnistia Internacional em comunicado difundido  hoje. 

"A resposta da comunidade internacional à crise síria tem sido totalmente  inadequada, até ao momento", acrescenta o comunicado da organização. 

As Nações Unidas esperam 2,3 mil milhões de dólares destinados a ajudar  mais de nove milhões de pessoas na Síria e 4,2 mil milhões de dólares para  auxílio direto aos refugiados, considerando que se trata do apelo mais elevado  de sempre destinado a uma situação de emergência. 

Na primeira conferência de doadores, que decorreu igualmente no Kuwait,  em janeiro de 2013, as nações participantes conseguiram 1,5 mil milhões  de dólares, sendo que 75 por cento do valor total chegou ao destino, de  acordo com fontes oficiais do emirado, citadas pela France Presse. 

O grupo de ajuda humanitária Oxfam divulgou um estudo na semana passada  indicando que o Japão, a Coreia do Sul e a Rússia contribuíram com valores  muito inferiores em relação ao que se esperava. 

De acordo com organizações não-governamentais, mais de 10 milhões de  sírios têm problemas em encontrar alimentos, mais de um milhão de crianças  com menos de cinco anos de idade sofre de má nutrição, metade da população  não tem acesso a água potável ou a saneamento básico e 8,6 milhões de pessoas  estão desprovidas de cuidados de saúde. 

Atualmente, o maior número de refugiados sírios encontra-se no Líbano,  mas a Jordânia, a Turquia, o Iraque e o Egito também recebe civis que fogem  da guerra esperando-se o aumento do número de refugiados até ao final do  ano. 

 

Lusa

      

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