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Missão de aterragem da sonda Rosetta em cometa começa a 20 de janeiro 

A sonda espacial Rosetta tentará aterrar, em  novembro do próximo ano, pela primeira vez num cometa, numa missão que começa  a 20 de janeiro, informou hoje a Agência Espacial Europeia. 

Segundo o chefe da missão, Paolo Ferri, trata-se de uma meta difícil,  uma vez que o movimento dos cometas é muito menos previsível. 

A finalidade da missão, que durará até dezembro de 2015, é estudar com  profundidade o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, que deve o seu nome a dois  astrónomos ucranianos que o descobriram, em 1969.  

O cometa aproxima-se da órbita do Sol a cada 6,6 anos, mas continua  a ser um mistério.  

De acordo com os cientistas, o estudo da composição dos cometas serve  para compreender melhor a origem e a evolução do Sistema Solar. Além disso,  têm matéria orgânica, pelo que o seu estudo pode fornecer pistas sobre a  formação da vida. 

O assessor científico da Agência Espacial Europeia, Mark McCaughrean,  assinalou que os investigadores equacionam a hipótese de que a água da Terra  tenha a sua origem nos cometas, uma vez que estes são compostos, em grande  parte, por gelo, ainda que se desconheça a percentagem exata.  

A sonda Rosetta, que se assemelha a uma grande caixa negra, pesa três  toneladas e está equipada com duas placas solares que podem rodar 180 graus,  para conseguir captar a máxima energia. 

O engenho foi lançado no Espaço há nove anos. Em setembro de 2008, passou  a pouco mais de 800 quilómetros de distância do asteroide Steins e, em julho  de 2010, esteve a 3.162 quilómetros do asteroide Lutetia. 

"Desconhecemos onde se encontra exatamente o cometa, as características  da sua superfície e a sua forma precisa", alertou o chefe da missão, Paolo  Ferri, acrescentando que a sonda enviará imagens que servirão para definir  a sua trajetória final. 

Mesmo assim, avisou, "há que ser prudentes", uma vez que o meio em redor  é desconhecido e pode muito bem ter acontecido que rochas tenham danificado  a sonda. 

As previsões dos astrónomos apontam para que o cometa esteja, a 20 de  janeiro, a nove milhões de quilómetros de distância do cometa, com a sua  velocidade relativa de 800 metros por segundo a diminuir à medida que se  aproxima do seu objetivo, até alcançar os 0,1 metros por segundo em outubro.

A missão Rosetta custa mil milhões de euros. 

Lusa

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