"O programa dos F-16 é mais do que a venda das aeronaves. Temos interesse em que seja uma alavanca para outros projetos entre Portugal e a Roménia nesta área", afirmou o ministro da Defesa, numa declaração conjunta no final da reunião com o seu homólogo romeno, Mircea Dusa, em Bucareste.
José Pedro Aguiar-Branco encontra-se em Bucareste para uma visita oficial na sequência da assinatura, em outubro, de um contrato para a venda de 12 aeronaves F-16 à Força Aérea romena.
O contrato contempla a venda de 12 aparelhos - nove monolugares e três bi-lugares - num encaixe direto de 78 milhões de euros de um total de 181 milhões de euros, dos quais 47 milhões já foram pagos ao Governo português.
Em declarações à Agência Lusa, Aguiar-Branco adiantou que o Governo da Roménia solicitou hoje a antecipação do pagamento da próxima `tranche, de cerca de 20 milhões de euros, o que "irá ser analisado".
Essa antecipação, do primeiro trimestre de 2014 para ainda este ano, "não altera" qualquer planeamento ou condições de execução do contrato, disse Aguiar-Branco.
Do total, cerca de 100 milhões de euros serão aplicados na preparação das aeronaves, modernização, formação e treino.
As aeronaves começarão a ser entregues em 2016 e as últimas em 2017, sendo que o pagamento do montante em falta faseado até esse ano.
Após a reunião, os dois ministros realçaram "objetivos comuns" para o Conselho Europeu dos próximos dias 19 e 20, face às "restrições orçamentais" nos orçamentos da Defesa, que atingem os dois países, que estão sob um programa de assistência financeira da `troika FMI/Comissão Europeia/Banco Central Europeu.
"Sabemos que é preciso redimensionar as capacidades militares face às restrições de orçamento", disse o ministro romeno, na declaração à imprensa, no ministério da Defesa.
O ministro português anunciou o "reativar da comissão conjunta" Portugal/Roménia para a cooperação na área da Defesa, que será alargada ao tema das "indústrias e tecnologias", e adiantou que há "projetos concretos" que estão a ser "identificados".
"Isso ajuda as pequenas e médias empresas, a economia, o crescimento do emprego nos dois países", disse Aguiar-Branco.
Mircea Dusa convidou Aguiar-Branco a regressar à Roménia em 2014, provavelmente em março, para um encontro com os ministros da Defesa dos países da NATO, quando passam 10 anos sobre a adesão da Roménia à Aliança Atlântica, apoiada por Portugal.
No próximo ano, assinalam-se ainda os 40 anos das relações de amizade entre os dois países.
Lusa