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Putin acusa rebeldes sírios de usar armas químicas para provocar intervenção

O Presidente russo defende que foram os rebeldes, e não o exército de Bashar al-Assad, quem utilizou  armas químicas no ataque de agosto perto de Damasco, para provocar uma intervenção  estrangeira. Num artigo de opinião publicado no New York Times, Vladimir Putin, escreve ainda que qualquer ataque militar na Síria à revelia das Nações Unidas iria minar a organização e acarretar o risco de desencadear uma onda de terror. 

"Não há dúvidas de que se utilizou gás venenoso na Síria", no entanto,  "há todas as razões para crer que foi utilizado não pelo exército, mas pelas  forças de oposição para provocar uma intervenção" dos seus aliados estrangeiros,  escreve o líder russo, no artigo de opinião publicado na edição digital do  jornal New York Times. 

Por outro lado, essa intervenção militar iria "resultar em mais vítimas inocentes e  numa escalada, estendendo potencialmente o conflito para lá das fronteiras  da Síria". 

"Um ataque iria aumentar a violência e desencadear uma nova onda de  terrorismo. Iria minar os esforços multilaterais para resolver o problema  nuclear iraniano e o conflito israelo-árabe e destabilizar ainda mais o  Médio Oriente e o norte de África", realça Putin, apontando que tal poderia  ainda desequilibrar todo o sistema de direito e ordem internacionais.

"Ninguém quer que as Nações Unidas sofram o destino da Sociedade das  Nações, que colapsou pela ausência de uma influência real", algo que, segundo Putin, é passível de suceder caso os países influentes contornem  as Nações Unidas e realizem uma ação militar sem a autorização do Conselho  de Segurança. 

O artigo de Putin surge um dia depois do Presidente norte-americano,  Barack Obama, ter adiado a sua ameaça de atacar a Síria, dando uma oportunidade  à diplomacia, depois de o regime de Bashar al-Assad ter acolhido o plano  russo. 

Com Lusa

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