"Não há dúvidas de que se utilizou gás venenoso na Síria", no entanto, "há todas as razões para crer que foi utilizado não pelo exército, mas pelas forças de oposição para provocar uma intervenção" dos seus aliados estrangeiros, escreve o líder russo, no artigo de opinião publicado na edição digital do jornal New York Times.
Por outro lado, essa intervenção militar iria "resultar em mais vítimas inocentes e numa escalada, estendendo potencialmente o conflito para lá das fronteiras da Síria".
"Um ataque iria aumentar a violência e desencadear uma nova onda de terrorismo. Iria minar os esforços multilaterais para resolver o problema nuclear iraniano e o conflito israelo-árabe e destabilizar ainda mais o Médio Oriente e o norte de África", realça Putin, apontando que tal poderia ainda desequilibrar todo o sistema de direito e ordem internacionais.
"Ninguém quer que as Nações Unidas sofram o destino da Sociedade das Nações, que colapsou pela ausência de uma influência real", algo que, segundo Putin, é passível de suceder caso os países influentes contornem as Nações Unidas e realizem uma ação militar sem a autorização do Conselho de Segurança.
O artigo de Putin surge um dia depois do Presidente norte-americano, Barack Obama, ter adiado a sua ameaça de atacar a Síria, dando uma oportunidade à diplomacia, depois de o regime de Bashar al-Assad ter acolhido o plano russo.
Com Lusa