"Devemos considerar o impacto que terá uma ação punitiva sobre os esforços para impedir mais derramamento de sangue e facilitar uma resolução política do conflito", declarou à imprensa.
O responsável considerou também que qualquer ação militar deverá passar pelo Conselho de Segurança da ONU, que exortou a "ultrapassar o bloqueio" atual entre Ocidente e Rússia.
"Peço aos membros 1/8do Conselho de Segurança 3/8 que se unam e definam uma resposta apropriada para o caso de as acusações 1/8de utilização de armas químicas 3/8 se revelarem verdadeiras", afirmou.
"Este problema ultrapassa o conflito na Síria: trata-se da nossa responsabilidade coletiva para com a humanidade", sublinhou.
O secretário-geral da ONU pareceu criticar a vontade manifestada pelos Estados Unidos de realizar, se necessário, uma operação militar na Síria sem aval prévio da ONU.
"Qualquer ação futura, tendo em conta o resultado dos exames 1/8a amostras recolhidas no local pelos inspetores da ONU 3/8, deverá ser analisada pelo Conselho de Segurança. Lanço um apelo para que tudo seja tratado no âmbito da Carta das Nações Unidas", defendeu.
Para Ban Ki-moon, nos termos da Carta, "o uso da força é legal unicamente quando se trata 1/8para um Estado membro 3/8 de se defender, nos termos do artigo 51 da Carta, ou quando o Conselho de Segurança aprovou uma tal ação" militar.
Recusou-se, contudo, a dizer se considerava ilegal uma operação levada a cabo contra o regime sírio pelos Estados Unidos ou por uma coligação de países sem a luz verde da ONU, limitando-se a declarar que apreciava "os esforços 1/8do Presidente Obama 3/8 para obter um amplo apoio do povo norte-americano, em particular do Congresso".
No que diz respeito à investigação da ONU, o responsável indicou que as amostras recolhidas no local do massacre de 21 de agosto na periferia de Damasco "chegarão entre hoje e amanhã (quarta-feira) aos laboratórios" que devem analisá-las.
O secretário-geral recebeu hoje de manhã os embaixadores dos dez países membros não-permanentes do Conselho de Segurança para os informar sobre a investigação em curso.
Deverá partir ainda hoje de Nova Iorque com destino a São Petersburgo, Rússia, onde se realiza uma cimeira do G20, reunião que indicou que vai "aproveitar para discutir com os dirigentes mundiais" a crise síria, reafirmando que é necessário "redobrar os esforços para convocar assim que possível a conferência Genebra II", para preparar uma transição na Síria.
Os preparativos dessa reunião, agendada para junho e que não parou de ser adiada desde então, estão num impasse, devido a divergências sobre a ordem de trabalhos da reunião e sobre os participantes.
Lusa