Durante a conversa, John Kerry disse a Walid al-Muallem que "o regime sírio, se não tem nada a esconder, deveria autorizar um acesso imediato e ilimitado ao local, em vez de continuar a atacar a área afetada para bloquear o acesso e destruir provas", disse um responsável do Departamento de Estado, citado pela AFP.
O chefe da diplomacia norte-americana também fez outros telefonemas relacionados com o ataque, tendo falado no sábado com os ministros dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Turquia e Arábia Saudita, assim como com o secretário-geral da Liga Árabe.
"Em todas estas chamadas, o Secretário enfatizou a importância de rapidamente se apurarem os factos e sublinhou a gravidade do uso de armas químicas", disse o responsável norte-americano, que falou sob a condição de anonimato.
O Presidente norte-americano tem estado sob pressão crescente para agir na sequência das informações da ocorrência do ataque com armas químicas contra o povo sírio.
O Observatório Sírio dos Direitos do Homem (OSDH) anunciou no sábado que foram mortas 322 pessoas, entre os quais 54 crianças, com gases tóxicos nos arredores de Damasco esta semana.
Em Damasco, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) informou no sábado que três hospitais sírios receberam cerca de 3.600 pacientes com sintomas "neurotóxicos", dos quais faleceram 355 pessoas.
Grupos da oposição afirmam que o ataque nos arredores da capital síria foi perpetrado pelas forças do Presidente Bashar al-Assad e causou a morte de mais de mil pessoas.
O governo sírio tem vindo a afirmar nos últimos dias que as tropas leais ao Presidente Bashar al-Assad "não usaram nem usarão" armamento químico, rejeitando as acusações nesse sentido da oposição e dos rebeldes.
Em contrapartida, o executivo de Bashar al-Assad insiste na acusação feita pelo exército sírio de que de foram os rebeldes que utilizaram agentes químicos em combates no sábado no bairro de Yobar, nos subúrbios de Damasco.
Lusa