Da pequena ilha de Martha's Vineyard, ao largo de Cape Cod (estado de Massachusetts, nordeste dos Estados Unidos), onde passa férias, o presidente advertiu o Egito de ter entrado num "caminho mais perigoso", mas esclareceu que não chegou a suspender a ajuda militar anual.
Os exercícios militares também foram canceladas em 2011, no auge da revolta no Egito que derrubou o antigo ditador Hosni Mubarak, um aliado próximo dos EUA.
Nos editoriais de hoje, o The New York Times e o Washington Post atacaram a gestão da crise com o Egito e apelaram ao presidente para que cortasse a ajuda militar.
Denunciando a repressão no Egito, que desde quarta-feira causou a morte de pelo menos 525 pessoas, Barack Obama salientou os antigos laços entre Washington e Cairo, mas advertiu que foram os egípcios que determinaram o seu próprio futuro.
Washington "não toma partido"
Barack Obama disse hoje que os Estados Unidos "não podem determinar o futuro do Egito" e que Washington "não toma partido" por qualquer das partes do conflito que provocou mais de 500 mortos.
"A América não pode determinar o futuro do Egito. Essa é uma tarefa para o povo egípcio", disse Obama.
O presidente disse que o seu país não está do lado de nenhuma força política egípcia e defendeu o cancelamento do estado de emergência decretado pelo governo egípcio e o arranque do processo de reconciliação nacional.
"Enquanto queremos manter a nossa relação com o Egito, a nossa cooperação tradicional não pode continuar como de costume quando os civis estão sendo mortos nas ruas e os direitos estão sendo desrespeitados", disse o presidente aos jornalistas, da sua casa de férias.
Mais de 500 pessoas já morreram desde quarta-feira em confrontos no Egito.
Com Lusa