O inquérito foi hoje anunciado pela alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos, Navi Pillay, em comunicado divulgado em Genebra, Suíça.
A comissária esclareceu que a ONU quer "uma conduta independente, imparcial, eficaz e credível das forças de segurança".
Navi Pillay destacou que o número de mortos, até hoje, resultantes dos confrontos varia consoante a fonte, e que são cerca de 500 segundo o governo egípcio e dois mil segundo a Irmandade Muçulmana.
"As forças de segurança devem respeitar a lei e agir com respeito pelos direitos humanos, incluindo o direito à liberdade de expressão e o direito de manifestar pacificamente", acrescentou.
A comissária disse ainda que "houve relatos de ataques a edifícios governamentais e a edifícios religiosos por parte de opositores do governo", atos que descreveu como "muito preocupantes".
"Os responsáveis por esses crimes devem ser levados à justiça", defendeu.
A comissária da ONU lamentou "a perda de vidas humanas" e "apelou a todos para encontrarem uma solução para terminar a violência no Egito."
"Peço às autoridades egípcias e às forças de segurança para agirem com a máxima moderação", apelou Navi Pillay.
Na quarta-feira passada, as forças de segurança invadiram acampamentos de protesto pró-Morsi, o Presidente destituído e detido pelo exército a 03 de julho, desencadeando uma onde de violência no Egito.
Em Gaza, o movimento islâmico Hamas classificou hoje como um "massacre horrendo" a operação policial no Cairo para desmantelar os acampamentos dos islamitas e condenou o comportamento das autoridades e forças de segurança egípcias.
Em comunicado hoje divulgado, o Hamas - que surgiu em meados dos anos 80 da Irmandade Muçulmana egípcia - "condena" a repressão contra os manifestantes, que provocou centenas de mortos e milhares de feridos.
Sami Abu Zuhri, um dos líderes do movimento islâmico na Faixa de Gaza, pediu ao governo egípcio para "acabar com o derramamento de sangue".
Do Cairo, a Liga Árabe expressou também hoje a sua preocupação com a morte de centenas de pessoas nos tumultos no Egito e ofereceu ajuda ao país para ultrapassar estas "circunstâncias difíceis".
Em comunicado, a organização sediada no Cairo apresentou as suas "condolências ao povo e às famílias das vítimas" e expressou a sua "total solidariedade e vontade de ajudar o Egito".