Um documento interno da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA), datado de abril de 2013, define as questões de política externa da UE, de comércio externo e estabilidade económica como objetivos prioritários de vigilância, segundo a notícia, colocada na página na Internet da revista, que se publica ao domingo.
A agência norte-americana estabeleceu uma escala de 1 ("interesse máximo") a 5 ("interesse escasso"), na qual é atribuída prioridade 3 àqueles três temas, segundo a revista, que afirma basear-se em documentos de Snowden.
Pelo contrário, as questões relacionadas com as novas tecnologias, segurança energética e alimentação são classificadas com um 5, segundo a mesma fonte.
Entre os países visados pelo programa de vigilância da NSA, Alemanha, França e Japão estão na classificação intermédia, seguindo-se Itália e Espanha.
Quanto à Alemanha, os temas prioritários são a política externa, a estabilidade económica e a análise de risco financeiro, todos classificados no nível 3 de prioridade.
A exportação de armas e o comércio internacional da Alemanha estão classificados com nível 4 e os ciberataques com 5.
A Der Spiegel tinha noticiado em finais de junho, também com base em documentos fornecidos por Snowden, que a NSA, acusada de espiar as comunicações eletrónicas mundiais no âmbito do programa Prism, tinha escutado comunicações de instalações da UE em Bruxelas, Washington e Nova Iorque.
Essas informações suscitaram grande polémica nomeadamente na Alemanha e, também a partir de notícias da Spiegel, gerou-se um debate sobre a alegada conivência entre a NSA e os serviços de informações alemães.
Esta semana, o Governo conservador da chanceler Angela Merkel afirmou que a cooperação entre a NSA e os serviços alemães foi acordada pelo anterior executivo social-democrata de Gerhard Schroeder, em que Frank Walter Steimeier, atualmente líder parlamentar da oposição, foi ministro dos Negócios Estrangeiros.
O BND, um dos três departamentos dos serviços de informações alemães, está sob tutela direta do chefe da diplomacia alemã.
Lusa