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Opositor russo Alexei Navalny promete continuar na corrida à Câmara de Moscovo

O opositor russo Alexei Navalny, condenado  a cinco anos num campo de trabalho, mas libertado enquanto aguarda recurso  prometeu hoje continuar na corrida eleitoral à presidência da Câmara de  Moscovo, cujo escrutínio se realiza a 08 de setembro.  

"Vamos participar nas eleições e ganhar", declarou o opositor perante  um grande número de apoiantes que estavam à sua espera numa das estações  ferroviárias da capital russa. 

"Temos perante nós uma longa campanha eleitoral, sete semanas de luta  constante. Somos uma força enorme. Estou muito contente por começarmos a  ter consciência dessa força. Quero pedir-vos desculpa por não ter acreditado  em vós de forma tão forte", acrescentou, citado pela agência Ria-Novosti.

O advogado e 'blogger' frisou que irá estar na sua sede de campanha  todos os dias e pediu aos seus apoiantes para dispersarem a fim de não dar  pretexto à polícia para intervir contra ajuntamentos de pessoas não autorizados.

Alexei Navalny regressou hoje a Moscovo, depois de na sexta-feira ter  saído em liberdade até que seja examinado o recurso da condenação a cinco  anos num campo de trabalho a que foi sentenciado.  

O opositor e a mulher Yula chegaram no comboio da noite, proveniente  de Kirov, localidade onde foi julgado, a 900 quilómetros a leste de Moscovo,  e foram recebidos por uma multidão de apoiantes, com flores e gritos de  apoio. 

Navalny, de 37 anos, que se tornou conhecido por revelar casos de corrupção e que liderou o movimento de protesto contra o Presidente Vladimir Putin,  foi, na quinta-feira, condenado a cinco anos num campo de trabalho por "ter  organizado em 2009 o desvio de 400 mil euros de uma exploração florestal",  uma condenação criticada pela União Europeia, Estados Unidos, Alemanha,  França e Reino Unido. 

Pela primeira vez na história da justiça russa, Navalny foi deixado  sair em liberdade condicional depois de, no dia anterior, o juiz ter ordenado  a sua prisão. 

O julgamento foi iniciado no final de abril no tribunal de Kirov. 

Navalny considerou, em abril, que o seu julgamento é uma "vingança política"  pelas revelações de escândalos de corrupção que envolvem altos funcionários  e políticos e pela campanha que fez durante as legislativas de 2011 contra  o partido de Putin, Rússia Unida.  

 

     

Lusa 

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