"Vamos participar nas eleições e ganhar", declarou o opositor perante um grande número de apoiantes que estavam à sua espera numa das estações ferroviárias da capital russa.
"Temos perante nós uma longa campanha eleitoral, sete semanas de luta constante. Somos uma força enorme. Estou muito contente por começarmos a ter consciência dessa força. Quero pedir-vos desculpa por não ter acreditado em vós de forma tão forte", acrescentou, citado pela agência Ria-Novosti.
O advogado e 'blogger' frisou que irá estar na sua sede de campanha todos os dias e pediu aos seus apoiantes para dispersarem a fim de não dar pretexto à polícia para intervir contra ajuntamentos de pessoas não autorizados.
Alexei Navalny regressou hoje a Moscovo, depois de na sexta-feira ter saído em liberdade até que seja examinado o recurso da condenação a cinco anos num campo de trabalho a que foi sentenciado.
O opositor e a mulher Yula chegaram no comboio da noite, proveniente de Kirov, localidade onde foi julgado, a 900 quilómetros a leste de Moscovo, e foram recebidos por uma multidão de apoiantes, com flores e gritos de apoio.
Navalny, de 37 anos, que se tornou conhecido por revelar casos de corrupção e que liderou o movimento de protesto contra o Presidente Vladimir Putin, foi, na quinta-feira, condenado a cinco anos num campo de trabalho por "ter organizado em 2009 o desvio de 400 mil euros de uma exploração florestal", uma condenação criticada pela União Europeia, Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido.
Pela primeira vez na história da justiça russa, Navalny foi deixado sair em liberdade condicional depois de, no dia anterior, o juiz ter ordenado a sua prisão.
O julgamento foi iniciado no final de abril no tribunal de Kirov.
Navalny considerou, em abril, que o seu julgamento é uma "vingança política" pelas revelações de escândalos de corrupção que envolvem altos funcionários e políticos e pela campanha que fez durante as legislativas de 2011 contra o partido de Putin, Rússia Unida.
Lusa