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Mais de 28 milhões de crianças não escolarizadas vivem em zonas de conflito

Mais de metade dos 57 milhões de crianças não escolarizadas vive em países afetados por conflitos, revela um relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) hoje divulgado.

© Mohanned Faisal / Reuters

O documento defende a necessidade de se "atuar urgentemente" para que  os 28,5 milhões de crianças em idade de integrar o ensino primário, dos  quais 55 % são meninas, possam ir à escola, já que estão sem acesso à educação  por viverem em zonas de conflito. 

De acordo com a UNESCO também 20 milhões de adolescentes não escolarizados,  quase um terço do total, vivem em países afetados por conflitos, dos quais  54 % são raparigas. 

No entanto, o número de crianças não escolarizadas está em queda, tendo  diminuído de 60 milhões em 2008 para 57 milhões em 2011, mas a UNESCO alerta  que "os benefícios deste avanço lento não chegaram às crianças dos países  afetados por conflitos". 

Nestas regiões do globo vivem "50 % das crianças sem acesso à educação",  enquanto em 2008 não superavam os 42 %. 

De acordo com os dados da UNESCO, 44 % dos 28,5 milhões de crianças  vivem na África subsariana, 19 % na Ásia meridional e ocidental e 14 % em  Estados árabes, segundo o relatório "As crianças continuam a lutar para  ir à escola", publicado em colaboração com a organização Save the Children.

A diretora-geral da UNESCO, Irina Bokoya, observou que "não é frequente  que a educação integre a avaliação dos danos causados por um conflito",  pois a atenção da comunidade internacional e dos meios de comunicação não  costuma concentrar-se nos "custos ocultos e nas sequelas duradouras da violência".

O setor da educação, aponta, é aquele em que esses custos e sequelas  "são mais evidentes". 

O relatório da UNESCO lamenta que a ajuda humanitária destinada à educação  tenha diminuído, considerando esta situação preocupante, já que a "necessidade  de fundos é hoje maior do que nunca", pois existem mais refugiados e as  crianças "representam metade das pessoas que foram deslocadas pela força".

Hoje, este problema, realça a organização, "não é tão dolorosamente  visível em mais nenhum lugar como é na Síria"

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